Três meses depois...
Terrasen
Nestha Archeron era uma cética.
A espécie de pessoa que questiona tudo, e que sempre precisava ver para crer. Contudo, durante os três meses de busca incansável por Terrasen, tudo que tentou fazer, ironicamente, foi não perder as esperanças.
Era tarde quando pararam naquele dia. O vento batia nas árvores, fazendo as folhas secas girarem em rodamoinhos no chão.
Cassian havia encontrado uma caverna com piscina natural, onde Fenrys julgou mais do que seguro passar a noite.
Tratava-se de uma câmara arredondada e escura, cuja piscina natural jazia no canto direito, não muito grande para comportar a todos, não muito pequena para servir apenas a um. Os machos deixaram o local para que ela se banhasse, e foram as melhores horas daquele dia tenso.
Tinham recebido mensagens de Dorian e Manon, que buscavam outras fontes sobre tal Espada. Nada.
Os exércitos deles, junto a Devastação, tinham embarcado quinze dias depois de sua chegada, com Lysandra, Aedion e Gavriel. Também sabiam que haviam chegado bem em Prythian.
Mas eles ainda precisavam da Espada de Manannan. Então, só o Caldeirão restaria para ser recuperado, e com ele, a melhor chance do mundo.
Assim que acabou o banho, Cassian, Azriel e Fenrys entraram com coelhos mortos, lenha e coentros, onde só os deuses sabiam.
Os dois machos estavam tensos demais pela distância do filho. Vez ou outra, durante a missão, eles abriam um portal para visitar Aaron no castelo — que havia adorado sua nova cuidadora, Evangeline. Eles não poderiam levar o garoto para todo aquele risco, tampouco ficar de braços cruzados pensando em uma forma de expandir seus portais sem o esgotamento.
Cassian, por outro lado, era o alívio cômico do grupo quando não estava total e completamente concentrado na missão. Se não encontrassem a Espada nos próximos dias, seria o fim. O general precisaria comandar exércitos e entrar em conformidade com Aedion sobre os goblins de Bride, o que arrepiava Nestha só de cogitar. Não tinha certeza do que faria se o visse ferido como vira antes. Ela cortou o pensamento imediatamente.
O tempo não estava mais a favor deles.
A fogueira ficou pronta rapidamente e não demorou nada para que Fenrys a acendesse.
— Se Aelin estivesse aqui — comentou o lobo —, eu não precisaria gastar meus braços para acender uma fogueira.
O canto da boca de Az se ergueu em um sorriso atravessado, mas ele não disse nada conforme observava Fenrys alimentar o fogo, como se guardasse cada movimento na memória.
Os pensamentos de Nestha viajaram a lugares não seguros com três machos e ela dentro de uma caverna. Buscou os afastar antes que suas bochechas esquentassem ou outra reação mais inevitável ocorresse.
Enquanto comiam o coelho, particularmente saboroso, Cassian lançou ao irmão um olhar maldoso. As sombras de Azriel se misturaram ao lugar de pouco luz que ele escolheu se sentar.
— Por que você não canta para nós, maninho? — O maldito desafio estava em cada sílaba.
Azriel sabia cantar? Nestha parou de comer para prestar atenção.
O macho devolveu um olhar que prometia morte lenta, enquanto Fenrys voltava a cabeça para o parceiro.
— Temos um filho e somos parceiros — Az virou a atenção para ele —, ainda assim, eu não sabia deste detalhe.
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Corte de Fogo e Gelo
Fiksi PenggemarE se Aelin Galathynius e cia visitassem a Corte Noturna? E se, após longos anos de desconhecimento e guerra em seus mundos, ambos descobrissem que habitam continentes no mesmo oceano? E se, em um belo dia, o tão aguardado encontro entre o mundo de T...