Nestha olhou bem para dentro da casa.
O piso de madeira acobreado era lustroso, em um amplo espaço, parecido com um loft. Havia uma lareira a esquerda, feita de pedra, bem como duas poltronas de frente uma para a outra e um luxuoso e espaçoso sofá escuro, feito para acomodar asas illyrianas.
Não havia quadros ou pinturas, nem nas paredes ou na mesinha de centro, mas a decoração minimalista de branco e azul-acinzentado era de muito bom gosto.
A cozinha era na direção na parede oposta a que estavam e era separada da sala por bancada.
Os armários eram embutidos nas paredes, brancos com azul, seguindo a parede direita onde a escada de madeira sumia para o segundo andar. Uma mesa de jantar redonda estava de frente para a cozinha e em direção a porta no outro extremo da sala, que parecia dar para um outro espaço. A luz entrava pelo espaço arejado, cheirando a lavanda, fazendo cortinas de sol por todo o lugar, inclusive aos seus lados, das janelas que davam para a rua.
Cassian a surpreendia a cada minuto que passava. Jamais o imaginaria em uma casa como aquela, tão comum. Jamais imaginaria que ele iria contra seus Grão-Senhores para defendê-la. Jamais pensaria que ele fosse o tipo de macho que gostasse de sossego. Que tivesse um sobrenome tão...diferente.
Congelada a porta, ela ficou.
— Você está bem? — perguntou ele.
Talvez estivesse boquiaberta e esquecido completamente de que nunca demonstrava emoção diante de Cassian. Mas estava cansada. Muito cansada.
E quando aqueles olhos amendoados a encararam, Nestha engoliu em seco e desviou, entrando na casa.
Cassian seguiu parado na porta, não parecendo ter a intensão de ficar.
— Vou indo. Trago algumas roupas pra você — prontificou-se, mas eles se encaravam de novo. E tudo sumia quando isso acontecia.
Não tinha muito certeza se era porque não queria pensar em Feyre, ou na quantidade de merdas que disse a irmã. Não tinha certeza se era porque não conseguiria suportar o próprio silêncio de sua mente, e o maldito ecoar de seu coração seco e duro. Entretanto, quando deu por si, estava segurando o punho de Cassian — que enrijeceu ao toque — e dizendo:
— Fique. — Não era um pedido, só que também não saiu com a segurança que planejava.
Odiava estar frágil.
Odiava não ter controle de suas emoções.
Precisava descansar.
Precisava de Cassian enchendo seus ouvidos de besteiras engraçadas com seu humor inabalável e altruísmo irritante.
Precisava dele, mesmo que ainda não pudesse admitir.
O vento da manhã entrou pela porta, fazendo com que o cheiro dele a invadisse, remexendo com o que havia de mais primitivo e sem controle dentro de si.
Cassian ergueu o canto da boca em um sorriso doce, não sarcástico.
— Tudo bem — a voz dele saiu meio fraca. Ele pigarreou. — Mas suas roupas...
— Depois — ela suspirou —, Cassian. Depois.
Ele assentiu, entrando e fechando a porta. Por mais fresco e iluminado que a casa soasse, de repente era como se a temperatura tivesse se elevado. Nestha voltou-se para escada, a fim de evitar que ele visse o rubor que queimava suas bochechas.
Apontando o dedo para a escada que fazia uma volta para a esquerda na metade, perguntou:
— O que tem lá em cima?
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Corte de Fogo e Gelo
FanfictionE se Aelin Galathynius e cia visitassem a Corte Noturna? E se, após longos anos de desconhecimento e guerra em seus mundos, ambos descobrissem que habitam continentes no mesmo oceano? E se, em um belo dia, o tão aguardado encontro entre o mundo de T...