Capítulo 8- Encontros e desencontros

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Rowan estava a ponto de bater em Rhysand. O dia já estava no fim quando eles fizeram uma pausa a beira de um monte baixo, de modo que a luminosidade já não era excelente. O frio era uma melodia cortante que incomodava até mesmo Rowan. Tudo que ele queria era se afastar daquele macho, afundar-se no calor de Aelin e esquecer que aquela caçada desprezível e inútil acontecera. Houve um clarão de luz e ele estava de volta a forma feérica. Rhys estava parado um pouco adiante, observando a floresta, intrigado. Pela primeira vez, ele não parecia inteiramente metido, não que isso mudasse alguma coisa para Rowan.

Ele estendeu um cantil de água para Rowan, e este hesitou, erguendo uma sobrancelha.

Ah não — começou Rowan, ansioso para implicar com o macho. — Você disse que ia me conquistar como fez com Feyre. Isso por acaso é uma tentativa de me fazer aceitar alguma coisa de você para que, então, possa dizer que aceitei nossa parceira inegável? — O deboche escrachado em sua voz teria irritado até o mais calmo dos machos.

Rhys o lançou um olhar sarcástico.

— Cuidado, príncipe, eu tenho um fraco por quem se faz de difícil — retrucou ele, com um sorriso se formando na pele bronzeada.

— Você não cansa de ser irritante? — indagou Rowan, semicerrando os olhos e pegando o cantil bruscamente.

— Você não cansa de ser um velho rabugento? — A calma melódica em sua voz o fazia querer voar no pescoço do macho e dilacera-lo.

Usou de toda sua força de vontade, unida a promessa que fez a sua Aelin, que não o faria. A cada segundo que passava, tornava-se um desafio maior. E o pior, nada da criatura Bryaxis.

— Já vai escurecer — disse Rowan, ignorando a alfinetada anterior e entregando o cantil de água para Rhys. — Deveríamos continuar procurando.

— Ou podemos deixar para amanhã — sugeriu Rhys, estudando as árvores.

Rowan se aproximou dele. Estavam em uma superfície arenosa cheia de pedregulhos. Altos o suficiente no pequeno monte para ter uma visão panorâmica da floresta.

— O Grão-Senhor da Corte Noturna tem medo do escuro? — Provocou ele.

Rhys soltou o ar, devagar. Seu rosto permaneceu impassível. Ao menos isso, Rowan podia elogiar. Ele era excelente em esconder os sentimentos e Rowan se perguntava o que o fez chegar até isto.

— Não. Só, que eu prefiro passar a minha noite com Feyre do que nesta floresta fria com você.

Rowan fez um breve aceno com a cabeça.

— Eu não poderia concordar mais.

Rhys virou a cabeça de lado e perguntou:

— Mas, claro, se você quiser...

— Não — disparou Rowan, aliviado. — Não quero.

— Voltamos para Dorian, então. Ele deve ter lido aquele livro inteiro a esta altura e realmente feliz por ter conseguido nos torturar.

— Sem dúvidas — respondeu Rowan, ansioso para voltar para Dorian.

Todas as células do seu corpo queriam bater em Rhys. A julgar pela cara do outro macho, para ele não era muito diferente.

— Vamos atravessar? — Propôs ele. Rowan se aprumou, feliz pela ideia.

— É a primeira vez que você diz algo excitante para mim desde que falou que iria me conquistar, Rhysand — murmurou Rowan, com um sorriso irritante se formando.

Rhys ergueu uma sobrancelha e o lançou um sorriso sombrio.

— Graças a Mãe, Rowan querido — o tom de voz da palavra não era nada comparado ao carinho com que ele usava com Feyre. Pelo contrário, era encrustado de deboche.

Corte de Fogo e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora