Capítulo 68- Um confronto com a escuridão

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Rowan encarou aquele horror presumindo o que fosse.

A energia sombria era única.

Sempre fora acostumado ao frio, porque era a essência de seus poderes. Mas aquilo...era totalmente diferente. Era um tipo de energia que transformava o ambiente em um frio vazio. Um vazio que sentiria somente se perdesse sua Coração de Fogo.

Ele se preparou, ao notar o quanto Rhys estava imóvel ao seu lado, encarando o objeto. Os olhos violeta salpicados de estrelas e uma fúria contida. Rowan começou a puxar poder de seu poço, preparando-o para o momento em que o conflito começaria.

Aquela atrocidade: O Caldeirão. Uma enorme estrutura arredondada e escura, firme como as próprias raízes dos continentes. Pois ele fazia parte de sua essência.

O sorriso maldito de Aengus ia de orelha a orelha.

— Vejo que não esperava por isso, Rhysand. — Ele tripudiou ao parar do lado do Caldeirão, a mão sobre a borda.

A relíquia parecia sentir a presença de Aengus e um barulho como de borbulhas ferventes ecoou pelo grande salão dourado e reluzente.

— Miryam e Drakon? — indagou Rhys, despreocupado.

Seu tom era muito bem ensaiado. Ele era um ator e tanto. Rowan presumiu que se devia aos 50 anos Sob a Montanha.

Aengus soltou um som grave de riso, como um amante sensual e corrompido.

— Eu acho que poderia mentir para você e dizer que enevoei eles. — Sua expressão de tédio dizia que tentava, mais uma vez, manipular os dois. — Mas não vou. Aliás, matei muitos noite passada. Pode ter sido qualquer um. — Ele examinou as unhas e as limpou no casaco escuro elegante.

Rowan estava um mulambo perto dele e de Rhys, que pareciam ter saído de um baile. Ambos vestidos de preto, enquanto que ele, usava roupas de caçada em um tom marrom escuro. Não conseguia desperdiçar roupas boas quando sabia que acabariam queimadas, cortadas, respingadas de sangue e de suor. Mesmo os anos com Aelin não o fizeram pensar diferente. Estava com sua túnica cinza por cima, e armado da cabeça aos pés, como deve ser.

Rhys ergueu o canto da boca.

— Você conhece tudo e todos. Devia ter um assento próprio do inferno de onde veio. Não me venha com essa.

Aengus apontou o indicador para ele.

— Gosto de você, Rhysand. Tem senso de humor.

Rowan inspirou. Estava cansado do papinho furado que se arrastava.

— Agradeço — debochou Rhys. — Mas vamos direto ao ponto: Por que nos chamou aqui?

— E por que exigiu minha presença? — Acrescentou Rowan, desconfiado. Um mal pressentimento o engolia vivo.

— Vocês não têm paciência alguma! Chega a ser irritante — a voz melódica e venenosa do deus sombrio reverberava por Rowan, como um chamado.

Ele afastou o pensamento, pensando em Aelin e seu filho no ventre da parceira. Era por eles que estava ali.

— Tenho algo mais valioso do que apenas o Caldeirão. Presumindo que Rhysand seja mesmo o macho altruísta e preocupado que todos dizem.

Por um momento, a segurança fria de Rhys vacilou. Foi tão rápido que Rowan apostava que nem Aengus tinha percebido.

— O que poderia ser? Cremes hidratantes? — ele cruzou os braços. — As mãos de Tamlin devem ser ressecadas com toda aquela exposição a terra, e você me parece bem vaidoso.

Corte de Fogo e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora