Capítulo 14- Amor ou apenas uma noite?

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Aelin estava debruçada sobre o peito largo de Rowan, acomodada entre as pernas do príncipe, enquanto equilibrava uma taça em sua mão. Estavam sentados em uma larga poltrona — feita para acomodar asas illyrianas — bem ao lado de outra, igualmente grande, onde Rhys sentava-se, com Feyre no colo e as enormes asas abertas atrás de si. Os quatro observavam a noite, estrelada como Aelin jamais havia visto, da grande área aberta em frente a sala de estar, onde primeiramente pousaram para conhecer a Corte Noturna, há duas noites.

Rowan e Rhys ainda se olhavam torto, acompanhando uma série de alfinetadas e indiretas territoriais extremamente insuportáveis. Feyre tinha o braço em volta do ombro de Rhys e beijou rapidamente sua têmpora. A afinidade que Aelin tinha adquirido com Feyre era tão incomum, que seu coração se enchia de alegria na ideia de ver a outra feliz, com um parceiro que daria a vida por ela.

— Talvez devêssemos arranjar poltronas assim para o palácio, Rowan querido, o que acha? — indagou Aelin, de repente.

Rowan acariciava seus cabelos suavemente com a mão que não segurava a taça. Rhys desviou atentamente a atenção de Feyre para Rowan, estreitando os olhos violeta.

— São bastante confortáveis, devo admitir — murmurou Rowan, como se estivesse falando em voz alta algo que jamais devesse. Aelin cutucou a costela do parceiro.

O olhar entretido de Rhys brilhou.

— Ah, Rowan querido, seria um prazer lhe arrumar poltronas assim. — Rhys disse, erguendo a taça; no colo dele, Feyre sugava os lábios para dentro, contendo o riso. Aelin também o fazia. — Cortesia da Corte Noturna.

Rowan deu um sorriso debochado.

— Talvez eu devesse te mostrar as cortesias de Terrasen, Rhys — o nome do macho saiu arrastado pelos lábios do parceiro de Aelin. O leve tom de ameaça embaixo das camadas de sarcasmo de Rowan era como música aos ouvidos de Aelin. Ele sempre fora bom nisso.

— Não fala assim — Rhysand fez um biquinho. A esta altura, Feyre balançava a cabeça como se dissesse "E lá vamos nós de novo". — Se não eu gamo.

Feyre tomou um gole do vinho.

— Rhys adora um desafio, Rowan — comentou a Grã-Senhora.

Aelin gargalhou.

— Rowan adora se fazer de difícil. — Ela virou o suficiente para olhar nos olhos da parceira, que os semicerrou. Traidora, sussurrou Rowan, pelo laço. — Mas uma hora, ele não resiste. Talvez devesse usar algo ostentoso perto dele.

Está querendo pedir que eu arranque suas roupas ostentosas, princesa? Rowan continuou, acariciando a mente de Aelin como um felino. Ela conteve um engasgo de tensão. Rowan sempre a chamava de princesa quando a queria provocar sexualmente.

Não na frente dos outros, príncipe, ela retrucou, com falsa inocência.

Um grunhido selvagem atravessou o laço e Aelin uniu mais as pernas, ciente de que Rowan havia percebido. A rainha se levantou, caminhando até o parapeito de mármore. Dali, se podia ver toda a cidade praticamente. O lado em que estavam do rio era animado e cheio de vida. Do outro, a paz reinava àqueles que preferiam uma boa noite de sono. Ela observou a lua cheia, brilhando no céu, refletindo no rio, que agora era uma calma correnteza de prata brilhante e azul cobalto. Mais adiante, havia a ponte. Aelin estreitou os olhos, confusa por alguns segundos, tentando ter certeza de que não estava vendo uma miragem decorrente do vinho.

A ponte estava vazia, exceto por duas criaturas próximas a grade. Dois machos, ela percebeu. Tão grudados e emaranhados que mal se podia discernir onde começava um e terminava o outro. Asas escuras e grandes saíam das costas de um deles, do que pressionava o outro contra a grade. Ela suspirou, surpresa. Fazendo um gesto com a mão, Aelin chamou:

Corte de Fogo e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora