Capítulo 11- Em nome do amor

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Observação: Este capítulo contém cenas impróprias para menores de 18 anos.

***

Az umedeceu os lábios. Ele não sabia há quanto tempo Fenrys o encarava com estranheza, como se ele fosse uma obra de arte do qual ele não conseguia interpretar. Em parte, aquilo foi satisfatório, pois significava que ele realmente era bom em esconder seus sentimentos. Ao mesmo tempo, uma onda fria viajava por seu corpo, atendo-se no estômago pesado, no olhar intrigado do macho que ele mal conhecia, no olhar...que ele não conseguia desviar.

Tantos pensamentos envolviam sua mente e, também, não havia nada. Az tentou se lembrar porque estava com raiva, porque ele odiou que Fenrys o tivesse pego conversando com Mor, mesmo que já estivesse claro que ela e ele jamais teriam alguma coisa. Ele engoliu em seco e percebeu que os olhos do macho desviaram para o pomo de sua garganta, examinando o movimento com precisão predatória.

Limpando a garganta, Fenrys falou, com a voz rouca:

— Então, me diga, encantador das sombras... — ele apontou casualmente para a porta — qual delas é a sua fêmea? Morrigan ou Elain?

Az odiou cada palavra e atitude daquela pergunta invasiva. Ele odiou a arrogância daquele andar, a curiosidade escrachada na voz, o risinho convencido. Tudo. Sentiu como se pudesse perder o controle ali mesmo e voar no macho. Az, contudo, pensou que Rhys e Feyre não aprovariam a conduta e eles já eram motivo o suficiente para não ceder. Assim, ele deu um passo em direção ao macho, deixando que suas sombras se intensificassem ao seu redor. Fenrys as observou calado, parecia quase fascinado por elas.

— Por que está tão curioso se eu tenho ou não uma fêmea? — Ele indagou. Aquilo era verdade, ele queria mesmo saber qual era o interesse do lobo nisso.

Fenrys o fitou por alguns segundos, entretido.

— Digamos que eu simplesmente não acredite que um macho como você esteja sozinho — ele disse, simplesmente.

— Eu não estou sozinho — disparou Az. — Tenho companhia quando quero.

O macho de cabelos dourados semicerrou os olhos.

— Mas eu não estou falando de companhias de uma noite que aquecem sua cama momentaneamente... — ele soltou o ar. Os dois estavam tão próximos que Az sentiu o vapor da respiração de Fenrys. — Estou falando de uma parceira.

Az sentiu algo em seu peito se apertar. Ele mal conhecia Fenrys. O que estava acontecendo com ele?

— Por quê? Está interessado em se candidatar para a vaga? — Az retrucou, sem um pingo de emoção na voz. Tudo que ouvia era o retumbar das batidas de seu coração.

Fenrys riu como se tivesse levado um soco na cara.

— Por quê? Prefere machos? — Provocou Fenrys, os olhos brilhando sob a luz dourada.

— Eu não disse isso — falou Az.

— Mas também não negou — disse Fenrys, mordendo os lábios até ficarem brancos.

Az ficou imóvel. Não é como se ele nunca tivesse estado com machos antes. Mas, por tanto tempo, Morrigan ocupava todo o espaço de sua mente e de seu coração. Isso não sumia do dia para noite e, caso tivesse havido alguém que se interessou por ele antes, para valer, com certeza se cansara de esperar. O mestre-espião deu um passo para trás. Fenrys novamente o encarou como se tivesse levado um soco. Aquilo nos olhos dele...O que era? Decepção? Curiosidade? Vontade de brincar com os sentimentos de Az?

— Eu não mordo, encantador de sombras — respondeu ele, como se nada em seu olhar tivesse hesitado segundos antes. — Só se você pedir — acrescentou ele, em tom de provocação.

Corte de Fogo e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora