Aelin adorava uma entrada dramática.
Mesmo que estivessem diante de um exército que jamais vira na vida. Pareciam machos illyrianos, mas não eram de fato. Que tipo de diabrura teriam de enfrentar agora?
Ela acabaria com a raça de Rowan mais tarde, assim que sobrevivessem a isso, por vir sozinho. Para a sorte dele, era muito mais esperta e tinha um dragão de olfato impecável.
Precisou apenas recorrer a Feyre e ambas perceberam que os idiotas tentariam dar uma de heróis, com toda sua confiança de macho feérico.
De onde Aelin sorria com inocência, via com perfeição Aengus do outro lado, o que a fazia gelar dos pés a cabeça. Se pudesse esconder sua barriga — mesmo que ainda não tivesse crescido — dos olhos do macho, o faria. Não se importava consigo, mas com o filho. Sem olhar para Feyre, sabia que ela pensava o mesmo.
A oeste do salão, Cassian e Nestha estavam cercados por aquelas criaturas que aparentavam um dia ter sido illyrianos.
Tinha combinado com Feyre de que ela teria uma linha direta a cabeça dela, o que facilitaria na hora da missão de resgate. Estavam em desvantagem, claramente. Aquela coisa enorme e poderosa, que arrepiava os pelos do corpo de Aelin era o Caldeirão.
Vamos pegar Cassian e sua irmã quando eu criar a distração. Depois, saímos, ela repassou o plano mentalmente, ciente de que Feyre a escutava.
Era estranho ouvir outra voz em sua cabeça que não fosse Rowan, mas Feyre concordou, dizendo: Já entrei na mente de Manon e dos demais. Ela disse tentará se aproximar do Caldeirão. Aengus ficará distraído o bastante.
Aelin ergueu uma sobrancelha para Aengus, tentando fingir que nada tinha acontecido.
— Estou ofendida por não ter sido convidada para a festinha.
A clara falsa satisfação de Aengus faiscou seus olhos negros como as asas de corvo.
— Minha querida Herdeira do Fogo — saudou o deus sombrio. — Que companhias interessantes trouxe consigo.
Ardilosamente, ela retrucou:
— Imaginei que teríamos tempo para apresentações.
Aelin contava com o elemento surpresa. Ele tinha de bastar. Aengus não sabia que ela tinha recuperado os poderes, pois ninguém além de sua Corte e da Corte Noturna sabiam.
Aengus deu de ombros, avaliando-a.
— Uma pena que não a conheci com o poder de outrora.
Ela riu, piscando alguns vezes com doçura.
— Uma pena mesmo — inclinou o queixo ao dizer, sem alterar a voz, apesar da dádiva da confirmação.
Coração de fogo, começou Rowan pelo laço. Vai fazer o que estou pensando?
O que você acha?, retrucou imediatamente, voltando a atenção para Aengus.
Certo. Então farei a minha, respondeu ele, sem nem precisar estar a par do plano. Rowan conseguia sentir o que deveria fazer, pois o laço dos dois era mais forte do que as estruturas do mundo.
— Mas olha o que me trouxe? Já sou eternamente grato. — Ele desviou a atenção para Feyre, com um cumprimento breve. — Grã-Senhora. Sempre um prazer. — Depois, Dorian. — O de magia pura. Vejo que os deuses foram generosos em sua beleza também. Parece um imortal.
Dorian era uma figura serena e enigmática.
— Só tenho a concordar — disse o rei de Adarlan, com cinismo.
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Corte de Fogo e Gelo
FanfictionE se Aelin Galathynius e cia visitassem a Corte Noturna? E se, após longos anos de desconhecimento e guerra em seus mundos, ambos descobrissem que habitam continentes no mesmo oceano? E se, em um belo dia, o tão aguardado encontro entre o mundo de T...