Capítulo 41- Para qualquer fim

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Atenção: Este capítulo contém cenas impróprias para menores de 18 anos.

***

Ele começou a andar de um lado para o outro, a ponto dos olhares o acompanharem como se estivessem impacientes.

— Talvez devêssemos ter ido atrás delas — falou Dorian, de pé, os braços cruzados e aquela irritante calma de sempre.

Rowan normalmente não costumava demonstrar nervosismo, ou qualquer emoção, mas o fato de Fenrys estar bem, Lorcan ferido e sendo cuidado, Vaughan...puta merda, Vaughan. Ainda teria que dirigir a palavra ao macho, mas depois que Fenrys disse que Vaughan ficaria com eles, Rhys sugeriu que também o levassem até Madja para limpar os ferimentos do rosto deformado do feérico. Rhys o atravessou até a cidade e voltou minutos depois, com um risinho irritante no rosto, ao se dirigir a Rowan.

— Elide queria saber porque você deixou Lorcan sozinho — dissera ele. — Ela estava furiosa.

Fenrys riu. Nem ele ou Azriel haviam explicado o que aconteceu. Era claro o cansaço de ambos, porém, mais claro ainda, era o desejo de reproduzir a história apenas uma vez. Por ora, aceitaram que não era para jogar Vaughan em uma masmorra e acabar com a raça dele. Mas Fenrys estava tenso, bem como Azriel, cujo braço estava em volta do parceiro, de maneira casual e quase como se dissesse: apenas para ter certeza de que ele está mesmo aqui.

E Fenrys o abraçava de volta, a mão despendia no outro lado da cintura do parceiro. Rowan não os culpava por querer ter certeza de que estavam juntos de novo. Lembrou-se da própria experiência e só aquilo era o suficiente para deixa-lo louco. Se algo acontecesse a Aelin...

— Desde quando eu tenho cara de babá? — resmungara Rowan de volta.

Rhys parecera se divertir com a situação. Feyre tinha a mão depositada no braço do parceiro, como se o lembrasse sabiamente: não irrite mais Rowan do que ele já está irritado.

A alvorada dava sinais quando ele respondeu a Dorian:

— Aelin e Manon são imprevisíveis. Poderiam nos fazer andar em círculos se quiséssemos.

Dorian considerou a fala e bufou.

— De fato.

— Já está quase amanhecendo. Ela não deve demorar — tranquilizara Feyre, mas a tentativa de nada ajudou.

O céu começava a ficar cinzento, acobreado, com alguns tons de laranja e rose bem ao fundo das montanhas a leste.

E por Rowan estar olhando para aquela direção, foi que acreditou. Mesmo que parecesse uma miragem. As testemunhas na ampla varanda da Casa da Vento o ajudaram a não pensar que estava vendo coisas também. Ele deu alguns passos para frente. Uma serpente alada apareceu, vinda da direção da claridade. A montadora de cabelos brancos sinalizou ao longe. Para o horror de Rowan, ela estava sozinha em Abraxos.

Um raio de sol cortou a intercessão entre as duas montanhas das quais Manon tinha apontado, apenas para ser mascarado pela magnitude de uma besta e sua montadora de cabelos dourados.

Era esse o sinal de Manon. Era como se dissesse que estava tudo bem. A criatura gigante deu um aviso de sua chegada. Era de uma couraça azul escura, densa como o céu noturno. Mas, as asas e o couro pareciam ser banhados em ouro, ainda mais evidentes pela luz do sol.

Tinha o triplo de Abraxos e era um animal que achou que jamais veria em sua vida.

— Pelas tetas da Mãe! — Exclamou Fenrys, pasmo. — É um dragão.

Sim, era. Sob a pelugem ruiva, como uma crina, Rowan sentiu que seu queixo caía gradativamente, pois lá estava ela, Aelin.

Ela estava...estava...

Corte de Fogo e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora