Capítulo 5- Histórias e novas alianças

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Aelin Ashryver Whitethorn Galathynius pensava que aquela experiência não poderia melhorar. De fato, estava errada. Enquanto os malditos machos continuavam com sua briguinha de ego, ela saboreava a boa comida e o vinho, trocando olhares com a Grã-Senhora da Corte Noturna, Feyre Archeron. Seus olhos azuis-acinzentados pareciam atentos a cada movimento da sala. Sem dúvidas, ela era alguém que despertara natural empatia em Aelin, como somente Nehemia um dia fizera. Seu coração se apertou apenas por lembrar da princesa Eyllwe. Ainda não era fácil, mesmo depois de anos. E, quando o belo macho de olhos violeta provocou Rowan, ela se divertiu ainda mais. Jamais pensou que haveria outro guerreiro ou pessoa na face do mundo capaz de parecer mais do que insignificante diante dos olhos de seu parceiro. Mas Aelin conseguia sentir, pela forma como Rowan se aprumou, que ele havia encontrado um adversário a altura. Assim, uma ideia mais do que louca surgiu em sua mente. Uma excelente forma de quebrar o gelo de maneira amistosa.

— Eu acredito que eles adorariam mesmo algo do gênero — murmurou Morrigan, no meio da mesa, quando Aelin brincou sobre o concurso de mijos.

— Havendo derramamento de sangue, eu ficaria até disposta a participar — resmungou Manon, ao lado de Dorian.

Aelin desviou para Feyre, a Grã-Senhora que parecia vestida pela noite brilhante.

— O que acha, Feyre?

A fêmea levou a mão no peito após uma longa golada de vinho.

— O que acha de colocarmos esses machos em um ringue e deixar que eles arranquem um pouco de sangue? — Aelin perguntou, astutamente.

Feyre piscou.

Ah, — ela fez uma pausa. — Acho que não faria mal. Seria perfeito, na verdade, assim eu poderia levar vocês para conhecer a cidade.

Rhys inclinou a cabeça para baixo, olhando a parceira com certa incredulidade.

— Feyre, querida... — eles continuaram a se olhar e Aelin tinha certeza que uma conversa silenciosa acontecia ali.

Aelin virou-se para Rowan, o olhar dele era puro instinto feroz e frio de proteção.

Pare com essa merda, repreendeu ela, mentalmente. Rhys é legal.

Rowan ergueu uma sobrancelha. Brilho visceral tomou conta de seus olhos cor de pinho.

Rhys? Ele perguntou em uma mescla de ciúmes e incredulidade. Ele é um macho metido.

Ela riu pelo laço. E você, não é? Me poupe. Olha com desprezo para qualquer um que pareça minimamente irritante.

É diferente, coração de fogo, retrucou ele, com um grunhido. Isso está além de minhas forças. Tudo que é primitivo em mim quer socar a cara dele.

Não, não é diferente. Agora pare com essa merda e dê uma chance a Rhys, ou vai dormir no chão esta noite, ameaçou ela.

Rowan soltou um ronronado selvagem em sua mente, que reverberou por seus ossos. Aelin engoliu em seco. Aquele desgraçado sabia como a tirar de si. Um sorriso com o canto da boca se fez visível mesmo externamente enquanto ele encarava a comida com interesse.

Ameaças, rainha? Você desceria a este nível comigo?

Aelin mordeu o lábio inferior, ciente de que Rowan a observava de soslaio.

Sim, desceria. Vale ressaltar que não estou usando nada por baixo deste vestido.

Rowan se remexeu sutilmente na cadeira, baixando a mão e a descansando na coxa de Aelin. O simples toque a incendiou.

Corte de Fogo e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora