Feyre se impulsionou para cima. Jamais pensou que teria que passar por tudo aquilo de novo. Aquele terror, a sensação de impotência enquanto o que amava era ameaçado de destruição. Ela mal ouvia seu coração conforme batia as asas descontroladamente até Rhys. Mal podia vê-lo em meio àquela orla de escuridão.
Sentindo a boca seca, a Grã-Senhora da Corte Noturna mandou uma mensagem pelo laço.
Era o nome dele, apenas o seu nome.
O parceiro sempre a respondia, não importa o quanto pudesse demorar.
A barreira de Az aguentava firme sob a já existente, mas ela não sabia ao certo quanto tempo segurariam.
Rhys, Rhys, ela suplicava. Fale comigo, meu amor.
Suas asas pareciam um peso morto, era quase como se Rhys estivesse tentando impedi-la de chegar até ele.
Bum. A bola de fogo ricocheteou contra a barreira.
Olhar para aquela esfera era absurdamente difícil. Seu poder era tão intenso que certamente cegaria se olhasse por muito tempo.
Na medida que se aproximava, percebia o quanto aquela coisa era gigantesca.
De onde tinha vindo? Feyre se arrepiou somente em pensar. Era quase como se um deus estivesse os atacando em busca de vingança.
Bum. A esfera bateu de novo, tão forte que liberou uma onda de energia.
Feyre gritou quando o impacto a fez recuar por muitos metros abaixo, logo agora que estava tão perto de Rhys. Com um certo pavor, percebeu que a barreira tinha se rompido, seus restos caíam como papel queimado sobre a barreira azul cobalto de Az.
Rhys. Vamos dar um jeito nisso juntos. Estou chegando, apenas, aguente. Ela mandou pelo laço.
Novamente, não obteve respostas.
A escuridão de Rhys se expandia como um buraco negro e, de onde estava, não via mais as estrelas no céu.
Que droga, Rhysand! Sua voz era uma sinfonia desesperada e, também, um comando. Exijo que me responda ou...
E foi quando ouviu, um tom nostálgico, baixo, triste, mas, ao mesmo tempo, feliz por ela estar ali, se importando.
Ou o que? Indagou o parceiro.
Graças a Mãe, disse, aliviada. Nem mesmo era capaz de dispor em palavras o quanto estava feliz por ouvir a voz de Rhys. Eu estou chegando, por favor, não faça nada sem mim.
Feyre...
Não! Interrompeu ela. conhecia bem aquele tom, o tom do auto sacrifício, tão característico de seu parceiro. Ela ergueu os braços, como se aquilo a ajudasse a voar mais depressa. Seus pulmões sentiam a pressão conforme se aproximava mais de nuvem de escuridão.
Eu sou a Grã-Senhora desta Corte, você vai me respeitar Rhysand, vai me respeitar porque sou sua igual. Se vai fazer isso, eu vou junto.
Silêncio. Tanto, que ela teve tempo de olhar quando o fogo celestial atingiu a barreira de Az com força e o macho retesou junto. Curiosamente, ela se ateve ali, forçando a barreira, queimando-a com sua intensidade sobrenatural. Feyre se permitiu olhar apenas uma vez para Az, os olhos do mestre-espião estavam vítreos, sua cor havia sumido do rosto e gotículas de suor escorriam pelas laterais do rosto. Com pesar, notou que ele não poderia continuar, não se quisesse viver. Não se não quisesse se esgotar de maneira irremediável. Estava a certa distância dele, mas, ainda assim, sabia que ouviria se ela gritasse.
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Corte de Fogo e Gelo
Fiksi PenggemarE se Aelin Galathynius e cia visitassem a Corte Noturna? E se, após longos anos de desconhecimento e guerra em seus mundos, ambos descobrissem que habitam continentes no mesmo oceano? E se, em um belo dia, o tão aguardado encontro entre o mundo de T...