O dia seguinte chegou e nada de Fenrys acordar.
Azriel mal saiu do lado do parceiro, Amren continuava dizendo que não tinha ideia do que fazer para acordá-lo e as notícias vindas da Corte Diurna também não eram as melhores. Helion não tinha encontrado nada que pudesse lhes dar uma posição ou uma forma de fazer o parceiro de Az acordar. E ele era a droga de um Quebrador de Feitiços.
Desde aquele puxão foi a única resposta que teve: Eu vou; nada mais havia ocorrido. Nem mesmo um tremeluzir no laço. Nada.
Mas a cada minuto que a manhã se desenvolvia, ele esperava a aparição de Cassian para dizer que deveriam ir ao acampamento illyriano.
Az cogitou implorar a Rhys para não sair do lado do parceiro e tinha certeza de que seu Grão-Senhor permitiria. Mas então se lembrou de quando Rhys ficou sem Feyre e do quanto se manter ocupado o ajudou na agonia constante da falta de respostas. Pode ser que funcionasse com ele também.
Quando Cassian apareceu, parecia estarrecido, cansado e tenso. Az já desconfiava que isso era obra do treinamento com Nestha Archeron naquele dia mais cedo.
Esperava Cassian no corredor diante do quarto de Fenrys, pois temia não conseguir se afastar se estivesse lá dentro.
— Não pergunte — resmungou o general, em aviso. — Como ele está? — fazendo sinal para dentro do quarto.
O longo suspiro de Az foi resposta o suficiente.
— Vamos voar ou você vai me dar uma carona? — O amigo mudou de assunto rapidamente, em solidariedade, pois sabia que Az não queria prolongar o assunto.
— Te dou uma carona — Porque quanto mais rápido fossem, mais rápido voltaria para Fenrys, mas ele não diria isso em voz alta.
Os dois atravessaram pelas sombras antes que Cassian pudesse dizer outra coisa ou que Az mudasse de ideia.
Minutos depois, pararam no centro daquela praça lamacenta, próxima as construções fixas de pedra do acampamento illyriano. Uma das casas era familiar e o lembrava tanto de momentos bons quanto de ruins.
Cassian também parecia sentir o mesmo em relação aquele acampamento pútrido em particular. O general xingou enquanto ambos encaravam pesada e aterrorizantemente os illyrianos que ousavam trazer uma faísca de desprezo no olhar. Muitos deles, nobres entre seu povo, consideravam um insulto que dois bastardos fossem do Círculo Íntimo do Grão-Senhor, e com sete sifões cada, considerando que poucos tinham a sorte de receber apenas um.
Alguém fez sombra acima deles. Devlon.
O dia ali estava particularmente frio e nublado. Mais um gatilho para memórias ruins naquele lugar.
— Quer saber? — ele tocou o ombro de Cassian. — Vou deixar você cuidar dessa sozinho e dar uma volta por aí.
Cass só teve tempo de semicerrar os olhos para ele com uma expressão que dizia — traidor — quando Devlon pousou diante dos dois. O mesmo desprezo escrachado, contido e frio se dispunha no rosto de Devlon, o menos pior dos Lordes Illyrianos.
— Cassian — cumprimentou ele, sem entusiasmo. Ele notou Az, que tinha o desejo de não ter sido visto saindo de fininho. — Azriel. Vai a algum lugar? Precisa de companhia?
Az deu um sorriso amarelo para ele.
— Vou olhar por aí. E conheço bastante a área — mas seu tom era cortante e ele bem sabia que o oferecimento de companhia era para ter olhos e ouvidos junto de Az, não por gentileza.
Sendo mestre-espião, era mais alto na hierarquia em relação a Devlon. Pouco importava as gracinhas que ele tentava fazer, Az logo o cortava. Não tinha paciência para fazer o arrogante debochado como Cassian. Devlon ficou vermelho com a resposta, e devolveu um sorriso afiado.
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Corte de Fogo e Gelo
FanfictionE se Aelin Galathynius e cia visitassem a Corte Noturna? E se, após longos anos de desconhecimento e guerra em seus mundos, ambos descobrissem que habitam continentes no mesmo oceano? E se, em um belo dia, o tão aguardado encontro entre o mundo de T...