Capítulo 25- A revelação

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Aelin sentiu o vento bater em seu rosto. Fios de cabelo voaram e entraram em sua boca e nos olhos conforme permanecia na varanda, parada, sem tem a mínima noção de onde Fenrys tinha ido ou se estava bem.

Precisou lutar contra a vontade de usar um comando e chamá-lo de volta, apenas para ter certeza de que estava bem. Estavam há quase duas semanas na Corte Noturna, mas tanto havia se passado que era como se estivessem ali há uma vida.

Fenrys não merecia sofrer, não mais. Mas a forma como Az foi embora...e a forma como ele tão firmemente o acompanhou...

Ela sacudiu a cabeça, tirando o cabelo do rosto, a tempo de sentir uma mão em seu ombro. Virou-se e era Feyre, a fraca luz da lua banhando sua face preocupada.

— Acho melhor você entrar — sugeriu ela, franzindo o cenho. — Rowan não está com uma cara muito boa.

Imediatamente, Aelin soltou um ruído exasperado, seguindo Feyre para dentro. Assim que adentraram na sala de estar, o cheiro de rivalidade e raiva invadiu suas narinas. Estivera sendo excessivamente difícil convencer Rowan de que o segredo de Helion ser pai de Lucien não era de sua conta. Ele tinha aquele ímpeto, a necessidade de falar o que não dizia respeito a ele.

As coisas não estavam em um bom patamar quando Aelin e Feyre irromperam na sala de jantar. Helion sorria, de uma forma que faria qualquer um se descontrolar, especialmente Rowan, agora que Fenrys tinha sumido e que tudo parecia estar desabando. Rhys estava "casualmente" de um lado de Rowan, Lorcan estava do outro, apenas esperando a hora que o parceiro de Aelin fosse ceder aos instintos predatórios. E aquela expressão de calma constante no semblante de Helion de nada ajudava. Rowan já batera em machos por muito menos.

— Acredito que você goste de incitar situações, Grão-Senhor — o tom baixo do parceiro fez Aelin se aproximar mais.

Helion deu uma gargalhada de amante.

— Levando em consideração o que sei sobre você, sua parceira o escondeu a parceria também. Acredito que não deve ter sido agradável — cantarolou Helion. — Toda aquela confusão...

Rowan rosnou, dando um passo a frente.

— Não sabe nada sobre mim. Portanto, cale-se antes que eu corte sua língua e dê de presente aos corvos — ameaçou.

Aelin e Feyre trocaram um olhar. Ela levou a mão na têmpora.

Rowan, ela o chamou pelo laço. Controle-se.

O macho não respondeu. Como era cabeça dura.

Helion era puro cinismo medido. Passando o polegar pelo lábio inferior, ele replicou:

— Normalmente eu consideraria a proposta bem sexy, príncipe — a ironia em seu tom...

— Sádico — retrucou Rowan, as mãos fechando em punhos até que as juntas ficassem brancas.

Aelin sentiu o laço tremeluzir e enrijeceu. Sabia que o parceiro puxava poder.

— Sádico? — Ecoou o Grão-Senhor, com um biquinho. — Pegou pesado.

Rowan riu com deboche.

Helion se aprumou mais, orgulhosamente.

— Diverte-se em atrapalhar a vida dos outros? — continuou Rowan. — A sua vida é tão miserável assim?

— Eu me divirto em fazer as pessoas se entenderem, sim — respondeu, simplesmente.

Os caninos de Rowan brilharam quando ele mostrou os dentes. Semicerrando os olhos verde-pinho, ele cruzou os braços. Usava uma túnica sem manga naquela noite, seus músculos estavam rijos e a tatuagem parecia se mover, serpenteando o braço esquerdo.

Corte de Fogo e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora