Capítulo 15- Uma mão amiga

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Assim que Rhys e Cassian receberam uma mensagem de Mor de que Az estava no Rita's, eles imediatamente atravessaram para a ladeira onde ficava a casa noturna. Rhys levou apenas segundos para avisar Feyre, pegar Cassian e chegar lá. Os dois entraram, preocupados demais para sequer evitar de esbarrar nas pessoas conforme abriam caminho em direção ao bar. A aflição que o tomava era a mesma que fazia o semblante de Cassian ficar rígido como se ele estivesse em uma batalha.

O interior da casa noturna era quente pela quantidade de gente e a música animada fazia os clientes vibrarem. Rhys foi cortando caminho pelo canto, seu povo educadamente abrindo espaço para que ele e Cass passassem e seguissem até o bar. Ele apenas tinha tempo de sorrir em agradecimento antes de continuar. Finalmente, ele viu o bar de vidro, refletindo a pouca luz. Seus olhos bateram primeiro na cascata dourada que eram os cabelos de Mor, depois em sua mão no ombro de uma figura semiconsciente. Sombras espiralavam tão intensamente ao redor de Az que suas asas praticamente se misturavam a escuridão da casa noturna. No balcão diante deles, havia uma garrafa vazia de rum — do mais forte consumido em Velaris —, bem como um copo com um pouco de líquido âmbar escuro.

Ao bater os olhos no rosto de Az, tão cansado e obviamente bêbado, ele mesmo quis ir bater em Fenrys. As desvantagens de ser Grão-Senhor era que deveria saber o que aconteceu antes de começar a agredir alguém. Olhando para Cassian, percebeu que o amigo respirou fundo, fechando as mãos em punho, raiva e preocupação brilhando em seu olhar. Mor virou o rosto para trás como se tivesse sentido a presença deles. Ela sussurrou alguma coisa no ouvido de Az, que nem ao menos se moveu ou pareceu ouvir. Assim, ela caminhou até os dois. O afligimento de seu rosto foi o suficiente para Rhys saber que Az parecia pior do que aparentava.

— Ele não quer levantar dali. Insiste que quer beber mais, e pior, não sei se aquela foi a primeira garrafa ou a quinta — contou Mor, apressadamente.

Cass cruzou os braços e olhou além de Mor, para o mestre-espião.

— Pela aparência dele, eu diria que foi a quinta — não havia um pingo sequer de ironia ou piada naquela declaração, como normalmente teria, ainda acompanhado de um sorrisinho maldoso. Mas este não era o caso, pois ele estava genuinamente preocupado com Az, bem como Rhys.

Mor olhou de Rhys para Cass, impaciente.

— O que faremos agora?

Rhys colocou a mão no ombro da prima.

— Vá para casa, Mor. Obrigada pela ajuda. Nós assumimos daqui.

— Mas não é justo! Eu também me preocupo com ele e eu que o encontrei — disparou ela, irritada.

— Mor — começou Rhys, em um tom mais firme, um que normalmente não gostava de usar com sua terceira no comando. Ainda assim, tentou ser o mais gentil possível quando disse: — Vá para casa, Mor. Vamos cuidar dele.

Ela abriu a boca para protestar, mas Rhys permaneceu firme. Az não o perdoaria se ele permitisse que Mor o visse assim por mais tempo do que o necessário.

— Não é um pedido, Mor — completou Rhys.

Furiosa, ela bufou e passou por entre os dois, batendo forte em seus ombros propositalmente. Cass assobiou.

— Acho que ela vai nos xingar daqui até em casa.

Rhys coçou a têmpora, cansado.

— E o Az vai fazer pior se souber que a deixamos assistir mais da versão bêbada dele.

Os dois alcançaram Az no segundo seguinte, Cassian na frente de Rhys, bateu no ombro do mestre-espião, que parecia cochilar sentado. Os dois observaram a cabeça de Azriel deslizar da mão e ele acordou de súbito com o susto, os olhos batendo primeiro em Cassian, o rosto sonolento formando um sorriso apaixonado e atuante. Ele ergueu a mão e tocou o rosto do general com carinho. Cass ficou imóvel pela surpresa. Rhys se limitou a soltar o ar, pois sabia que seria uma longa noite.

Corte de Fogo e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora