Rhys

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Ele estava seguindo aquele grupo estranho na floresta há horas. Desde que deixou Rowan e Lorcan em um ponto e Cassian em outro, aventurou-se para o coração da floresta, onde sua mãe e sua irmã haviam sido mortas.

Seu coração batia tão aceleradamente que se sentia nauseado. Conhecia bem aqueles cantos da floresta e sabia que nada de bom poderia vir dali. Um grupo encapuzado seguia em fila por entre as árvores e Rhys tomava o cuidado de não ser visto e nem ao menos respirar alto demais conforme observava do alto das árvores.

Que diabos estava acontecendo?

As pessoas encapuzadas não cheiravam a nada deste mundo. Suas roupas eram da cor de ossos envelhecidos. Rhys engoliu a bile quando viu eles se dirigirem as ruínas de um antigo poço. Olhou para o céu.

O eclipse não tardaria muito mais. Por alguma razão, eventos como eclipses o deixavam mais fraco. O último aconteceu há trezentos anos e na ocasião, Amren o advertiu e o mandou ficar em casa. Mas naquela noite, não seria possível, não com tudo que acontecia.

Os encapuzados se uniram ao redor do poço, falando uma língua antiga e cantada que fazia Rhys ficar sonolento e preocupado.

Mais uma vez, checou Az, apenas para saber se ele tinha encontrado alguma coisa.

No céu, o eclipse começava.

Aqueles ritualistas ergueram as mãos para o alto.

Achei Fenrys. Está na prisão, foi tudo o que Az disse quando Rhys entrou em sua mente.

Prisão? O Grão-Senhor sacudiu a cabeça, confuso. Como o tal Vaughan pode ter entrado na prisão sem seu sangue?

Os pensamentos de Rhys voltaram-se a Feyre no instante em que segurou forte no tronco da árvore, para não cair. Os ritualistas jogaram ossos e especiarias dentro do poço. Fumaça vermelha começou a sair de lá.

Tinha um enjoativo cheiro doce.

Rhys percebeu que aquilo certamente o desacordaria se ficasse por mais tempo. Um suave torpor o tomou. Tentou atravessar e não conseguiu.

Rhys? Feyre chamou pelo laço.

O Grão-Senhor piscou. Ele não conseguia responder.

Apoiando-se firmemente contra o tronco da árvore, esperou a onda de náusea passar. Mas aquela música, aquele...

Rhys? Me responda, insistiu a parceira.

A pálpebra de Rhys se fechou. Sua consciência se esvaiu como fumaça no vento.


***


Um pequeno bônus. Até amanhã, coisinhas crueis e lindas :)

Corte de Fogo e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora