Capítulo 30- A Biblioteca das Nuvens

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Mor ainda se via completamente fascinada pela beleza do palácio de Helion. Com colunas altas e brancas, espaços arejados banhados pela luz do sol, jardins de tirar o fôlego e piso de mármore creme com fios de ouro, era quase como se estivesse em uma espécie de paraíso.

As altas janelas davam visão para o imenso vale abaixo, repleto de planícies verdejantes e um rio que brilhava como cristal à luz do sol.

Havia cortinas de chiffon brancas ladeando as janelas, por onde o vento fresco adentrava. Elas balançavam na extensão do grande corredor branco, cuja decoração dourada minimalista dava ainda mais graça a tudo. Desde o piso de mármore que parecia ter raios de sol, até os lustres de cristal alternados no teto.

Estava ali há quatro dias e ainda conseguia se admirar com a beleza da manhã na Corte Diurna. Chegando ao fim do corredor, ela parou diante de portas duplas de madeira branca, trabalhada em dourado, como os fios de ouro no mármore creme.

Ali era o quarto de Lys e Aedion. Tinham combinado em não ficar sozinhos com Helion, logo, sempre chegavam juntos para o café.

Ela parou, hesitante se deveria ou não bater à porta, se aquilo por acaso interrompia os dois. Contudo, afastou o pensamento. Ainda não tinha tido um momento a sós com Lys desde a festa e, sempre que estavam juntas, Aedion ou Helion serviam de amortecedor para a tensão que subia por entre os nervos de Mor.

Aedion sabia das duas, o que a deixava ainda mais encabulada. Ela não tinha certeza se não sentiria ciúmes no lugar dele. Afinal, Lysandra era uma fêmea de tirar o fôlego de qualquer um. Certamente, eles eram mesmo modernos a ponto de Aedion não fazer o territorial desgraçado que os machos costumavam ser.

Ela levantou a mão para bater na porta, quando ouviu passos e o destrancar da fechadura. Assim que a porta se a abriu, o queixo de Mor deu uma leve caída. Aedion estava diante dela, com nada menos do que um calção muito fino de seda. Era um macho bonito, pensou. A pele dourada, os cabelos loiros, as feições equilibradas e imponentes, a arrogância de um macho novo, olhos cor turquesa envoltos de um fio dourado, como os da prima, Aelin.

— Bom dia, Mor — cumprimentou ele, dando um sorriso educado.

Mor limpou a garganta, lutando contra a vontade de olhar por cima do ombro dele e ver se Lys estava atrás.

— Bom dia — respondeu, com a voz casual. — Se ainda não estão prontos, posso ir na frente.

Aedion ergueu uma sobrancelha.

— E Helion? Ele costuma ser mais...— ele se mexeu desconfortável — invasivo nas investidas pela manhã.

Mor riu.

— Sei lidar com Helion, Aedion, não se preocupe — garantiu Mor.

Aedion vivia recebendo olhares do Grão-Senhor da Diurna, e permanecia inabalável por todos eles. Assentindo para Mor, ele disse:

— Não vamos demorar. Pode ficar tranquila.

Ele abriu um sorriso para ela. Era um macho atraente, tinha de admitir. Mor não sabia o que aqueles dias na Corte Diurna fariam a ela, considerando a tensão estranha que pairava entre Lys e ela, Aedion e Helion.

Só mais três dias, lembrou-se.

Apenas mais três dias.

Três dias de pesquisas na biblioteca, jantares regados a muito vinho e olhares furtivos.

Sabia que não deveria mais dizer isso, porém pensou antes mesmo de se policiar: Que a Mãe nos ajude.

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Corte de Fogo e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora