Capítulo 20- Deixe queimar

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Uma nuvem de fumaça cobriu a pista de dança. Os convidados começaram a pular ao som da música. A harmonia lá era uma. Perto de Azriel e Helion se encarando? Era outra completamente diferente. De um lado, havia Az, duro como diamante bruto. Do outro, Helion, em sua calma letal e comportamento calculado. Rhys se sentiu em um ringue, prestes a dar o sinal para que começassem a se bater. Para ajudar toda a tensão, o destino fez questão de pregar mais uma peça. Fenrys passou por eles, e pela Mãe, o macho era bom em passar e fingir que nem viu. Mas Rhys sabia que ele estava sondando. Era como se soubesse também: que Azriel estava no limite.

Ah, mas nem mesmo olhou para ele? — cantarolou o Grão-Senhor, apontando para Fenrys, que já sumia na multidão. — Aquele macho é lindo. Pela Mãe, muito lindo.

Az grunhiu. Cass imediatamente colocou a mão fortemente no ombro dele. Helion ria. Que desgraçado arrogante, pensou Rhys.

— Eu quase consigo visualizá-lo na minha cama — emendou, propositalmente.

Rhys lançou um aviso pelo laço. Não sabia onde Feyre estava, mas, sabia que estaria com Rowan e Aelin. Certamente, eles se aproximariam. Rhys detestava admitir, mas sabia que Rowan era tão poderoso quanto ele, logo, seria bom ter uma ajuda caso as coisas chegassem as vias de fato. Az parecia fervilhar. Fechando as mãos em punho e cerrando os olhos, ele disse, mortalmente baixo:

Como?!

Helion fez um gesto despreocupado com os ombros. Ele sabia que estava indo por um caminho perigoso e Rhys desejava que se ferrasse muito.

— Talvez pudesse me apresentar ele, Azriel — recomeçou ele. O mestre-espião estava ficando com o rosto pálido. — Percebo que viraram amigos. Estou louco para conhecer o que a corte estrangeira pode fazer.

O illyriano inclinou a cabeça para o lado e ergueu o queixo. Estava sombriamente ameaçador.

— Repita isso — desafiou ele.

— Por que está tão pálido? — indagou Helion. — Eu disse alguma coisa errada? — Seu semblante era tão cínico que quase parecia mesmo que ele queria levar um soco.

— Vamos mudar de assunto? — Rhys sugeriu, com um sorriso cauteloso.

Ambos o ignoraram. Ele trocou um olhar com Cassian, este fez que não com a cabeça, preocupado. As sombras espiralavam vorazmente ao redor de seu mestre, sussurrando coisas. Irrompendo ao lado de Rhys, um macho de cabelos prateados e olhos verdes surgiu. Rowan. Sua expressão era séria e concentrada quando ele fitou Rhys. Mesmo que não se conhecessem há muito tempo, ele entendeu aquele código. Um que dizia: Feyre e Aelin estão distraindo Fenrys. Aquilo foi sábio, considerando que se o lobo passasse por ali mais uma vez e Helion insinuasse algo, Az voaria no pescoço dele.

Qual era o problema de Helion?

Ele sempre fora o mais cauteloso. Sua natureza jamais pareceu permitir que cometesse burrices como essa. Gostava de provocar, mas já estava demais. Principalmente quando ele ergueu uma mão e colocou no outro ombro de Az. Nenhum dos machos que assistia respirou na hora. Até Rowan enrijeceu. Não era sábio tocar em um macho nas condições de Az e Helion tinha plena consciência disto. Cass até mesmo soltou o outro ombro do amigo conforme este caminhava o olhar da mão forte nele até o rosto frívolo e astuto de Helion.

— Azriel, meu querido, eu apenas estou pedindo para me arranjar seu novo amigo, já que são tão próximos. Deve haver certa... — a mão de Helion desceu do ombro, apenas o indicador, seguindo a linha do peitoril de Az, que nem respirava, até parar em cima do coração —...intimidade. — Ele tirou a mão de Az. — Estou curioso com as habilidades do lobo branco. Você acha que ele ruge quando goza?

Corte de Fogo e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora