Capítulo 12- O bilhete

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Rhys atravessou para a ponte naquela tarde ensolarada, onde Azriel e Cassian já esperavam por ele. A água estava cristalina abaixo deles, em um tom forte de turquesa.

— Boa tarde — cumprimentou ele, com um risinho. Azriel e Cass pareciam conversar de alguma coisa aleatória quando se viraram para ele.

Ambos estavam recostados na grade de contenção da ponte.

— Alguma novidade? — perguntou Rhys, olhando de Cass para Az.

Az continuava distraído, desde o dia anterior. E, pelos poucos segundos em que Rhys o observou, ele permanecia da mesma forma.

— Devlon disse que está tudo tranquilo por lá, por enquanto — relatou Cass. — Amanhã irei até o acampamento, ver se a informação procede.

Rhys assentiu, agradecendo à Mãe e pedindo para que tivessem pelo menos um mês sem grandes problemas. Pelo enquanto durasse a visita da corte estrangeira.

— Tudo certo no meu lado também — murmurou Az, evitando encarar Rhys.

A preocupação tomou conta de Rhysand como uma avalanche. Ele e Cass trocaram um olhar.

— O que há com você? Alguma fêmea anda querendo te amarrar? — Provocou Cass.

Az o encarou como se quisesse voar na garganta do amigo. Ao mesmo tempo, parecia indiferente, distante.

— Por que não procura outra pessoa para chatear, Cass? — A irritação na voz de Az era tão nítida que Rhys piscou rapidamente para ter certeza de que era real. — Talvez o Lorcan. Soube que você e ele tiveram um belo passeio romântico na floresta.

Cass grunhiu para ele, em reprovação.

— Você está insuportável — resmungou ele.

— Falando em Lorcan, a esposa dele está grávida — interveio Rhys, antes que os dois começassem a discutir no meio da ponte movimentada. Ambos o olharam. — Feyre me contou ontem à noite.

Cass emitiu um estalo com a língua. Az ainda olhava para o rio como se contivesse os segredos do universo.

— A linda lady Elide? Ual. — Ele cruzou os braços e uniu as sobrancelhas em direção a Rhys. — O que você e Feyre fazem no tempo livre, afinal?

Rhys abriu a boca para responder, mas a sentiu. Como se tivesse sido convocada, Feyre apareceu, atravessando ao lado dele. Ele passou o braço pela parceira, que o abraçou pela cintura e o deu um beijo rápido. Os lábios dela aqueceram Rhys bem fundo, como sempre faziam. Ela estava particularmente linda naquela tarde. O sol batia em seus cabelos castanho-dourados e eles pareciam como ouro derretido. Os olhos dela estavam radiantes quando ela abriu o mais belo dos sorrisos para ele. Rhys jamais se cansaria daquele sorriso, que todos os dias trazia algo novo e que todos os dias o fazia amá-la ainda mais. Ela se aninhou nele, que lutou contra a vontade de desaparecer dali com a parceira e só voltar depois que a tivesse tomado muitas vezes. Pelo olhar travesso que Feyre o retribuiu, ele percebeu que ela estava pensando a mesma coisa.

Rhys a virou de costas para ele e a abraçou, aconchegando-se no calor de sua parceira, na sensação do corpo delicado dela contra ele, em suas mãos em torno da cintura dela.

— Cass, respondendo a sua pergunta — Feyre começou, tirando Rhys de seu devaneio pervertido. — Nós fazemos o máximo de coisas possíveis. Nós fofocamos como duas adolescentes — Rhys mordeu o lábio contendo uma risada que o invadiu, porque eles realmente faziam isso. — Nós trepamos, tricotamos — o tom de piada da voz de Feyre era hipnotizante — trepamos de novo e, hã, também perdemos um bom tempo recompondo o estoque de vinho da casa da cidade, já que você vive acabando com ele.

Corte de Fogo e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora