Os raios de sol se expandiram em esplendor.
Havia uma certa beleza poética em tudo aquilo, Aelin tinha de admitir. Um brilho incandescente no centro daquela luz tomou forma.
Era linda como Aelin achou que seria a visão se o sol tomasse forma. Helion, em toda sua beleza, lembrava muito daquela majestade.
A pele morena-escura, com toques de dourado, cintilava. Um vestido branco, parecido com chiffon, envolvia o corpo desenhado, em duas tiras de pano, uma na frente, onde o decote acentuado se fazia, e atrás. Ambos ligados por um corpete de ouro se fechando ao redor da cintura, parando no quadril, fazendo sua cintura fina. Dos lados, suas pernas exuberantes eram completamente visíveis. A curvatura moldada como se fosse de aço, como se ela fosse uma guerreira que treinasse todos os dias. Como Lorcan ou Cassian.
Seus lindos cabelos desciam pelas costas, oscilando ao vento suave. Eram escuros como a noite, mesmo que as vezes parecessem ter ouro entre os fios. Os olhos grandes e amendoados eram do mais assombroso dourado. Não o de Manon, não o de Aaron. Nem mesmo o de Helion. Aquele tom de âmbar pertencia apenas a ela, pois havia um núcleo quente de luz, como se o próprio sol envolvesse sua íris.
Ela sorriu, os lábios sensuais se erguendo levemente, junto a toda confiança. No topo da cabeça, uma coroa dourada, cuja pedra no núcleo poderia muito bem ser luz do sol armazenada, entre linhas entrelaçadas. Braceletes dourados ornavam seus bíceps e ela não se vestia muito diferente de alguém da Corte Diurna. De como Helion se vestia.
O Grão-Senhor a frente da formação estava focado na fêmea que deu uma benção a sua linhagem. Ao contrário dos irmãos, Bride jamais teve uma linhagem própria, pois seu poder não poderia ser ministrado por outros, mas isso não a impediu de deixar sua marca na linhagem real da Diurna.
Os cabelos de ônix de Helion sacudiram ao vento. A coroa que imitava os raios do sol cintilava. De costas, ele era tão fascinante quanto de frente. Aelin até pôde entender Aedion e Lys. Muito bem, na verdade.
Rowan apertou sua cintura, como se adivinhasse a que direção seus pensamentos tinham levado.
Ela pressionou um lábio no outro, segurando qualquer resquício de humor sarcástico que deixara dentro de si, antes que Bride abrisse a boca e acabasse com tudo.
A deusa se demorou em olhar para cada um deles. Seus olhos fixaram com atenção maior em Gavriel, que se remexeu inquieto ao lado de Rowan.
— Fico feliz que tenha se instalado, leão — a deusa finalmente falou, para Gavriel.
Ele deu um passo a frente, ficando ao lado de Aelin e Rowan. A fêmea sentia que Aedion mal respirava em seu outro lado. Perder o pai de novo poderia ser um pouco demais para ele.
— Embora eu jamais tenha entendido suas intenções...— disse ele, solenemente. — Sim, eu me instalei.
Gavriel não se lembrava do período que passara com Bride, mas sabia que estivera com ela desde a noite do Eclipse, até o seu retorno na reunião dos Grão-Senhores.
O sorriso sumiu dos lábios dela. Sua expressão era tão ilegível quanto a de Aelin era agora.
— Mortais tem mesmo dificuldade de entender quando o divino lhes estende a mão, embora eu considere este um grupo mais do que especial.
— Quanta gentileza sua — Aelin interrompeu, em um tom afiado, antes que pudesse se segurar.
Pôde sentir o escudo de Rowan se fortalecendo ao redor dos dois, seu corpo enrijecendo quando Bride se voltou para Aelin. A distância era de uns quatro metros, mas era como se aqueles olhos estivessem encarando dentro de sua alma. Aelin odiou isso.
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Corte de Fogo e Gelo
FanfictionE se Aelin Galathynius e cia visitassem a Corte Noturna? E se, após longos anos de desconhecimento e guerra em seus mundos, ambos descobrissem que habitam continentes no mesmo oceano? E se, em um belo dia, o tão aguardado encontro entre o mundo de T...