Capítulo 63- Informação partilhada

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Fenrys encarou sua rainha.

Seus olhos eram inquisidores, mas lhe partia o coração ter de repetir as palavras em voz alta. Ter de dizer àquelas pessoas que parte essencial delas partira em um futuro mais do que nebuloso.

Ele caminhou até a poltrona vazia na janela. O sol sumia no horizonte e alguém já tinha se dado o trabalho de ligar o lustre da sala. Sentou-se e suspirou, não muito certo de que os presentes considerariam aquilo como verdade ou apenas imaginação.

No fundo, o lobo queria que tivesse sido imaginação. Teria sido mais fácil lidar se caso fosse.

Az parou ao seu lado, a mão em seu ombro, pressionando suavemente, como se dissesse: Você consegue, Fen.

Sim, sim, ele conseguiria. Por sua família.

— Quando Aengus me colocou naquele sono induzido, sua intenção era me aprisionar dentro de minha própria mente, para que jamais pudesse sair ou reagir. Acontece, que seus planos acabaram por dar errado, pois ao invés de eu dormir, minha consciência foi transportada através do espaço-tempo. — Sentindo que alguém o interromperia, ele pediu: — Por favor, esperem eu terminar. — Encarando as mãos que começaram a sacolejar em um leve tremer, continuou: — Eu fui parar no futuro de nosso mundo, daqui a vinte anos a partir de agora. Acordei em um quarto no palácio de Orynth, onde tinha ido para buscar uma linda e poderosa jovem para o baile que aconteceria naquela noite.

A poltrona em que Aelin e Rowan estavam sentados tinha sido virada de costas para a lareira, assim poderiam ver todos na sala. Naquele momento, os dois mal respiravam.

— Elentiya Lyria Ahsryver Whitethorn Galathynius era seu nome. Cabelos dourados, olhos verde-pinho — os olhos de Rowan se arregalaram, cujo tom era o mesmo de Lyria. Aelin também parecia surpresa. — Podem imaginar o meu pavor de ir dormir na reunião dos Grão-Senhores e acordar, vinte anos depois, no meu corpo, mas em uma realidade onde muita coisa era diferente. Enquanto seguíamos ao salão do baile, onde a Corte Noturna e de Adarlan também estava, dois machos apareceram. Um deles, era o meu filho, Aaron. — E apontou para a porta. — Aquele que acabaram de conhecer. — O segundo... — não resistiu em olhar para Rhys e Feyre, na sua direção, na poltrona além da de Aelin e da mesinha de centro. — Ele se chamava Rhendraek.

Cassian emitiu um engasgo.

— Que nome feio.

Rhys, que tinha ficado pálido de choque, juntamente com Feyre, rosnou para seu general.

— Como sabe esse nome? — interveio o Grão-Senhor em uma voz baixa. — Feyre e eu jamais contamos...

— Do mesmo jeito que ele sabe o de nossa filha, Rhys — replicou Rowan, em uma voz neutra. — Nunca dissemos em voz alta. O que só pode significar...

— Que ele está mesmo dizendo a verdade.

Rowan assentiu, dando a palavra para Fenrys de novo.

Aelin o examinava cuidadosamente e era por isso que ele podia apostar que a cabeça da rainha já trabalhava. Ele prosseguiu:

— O baile ocorria no dia que a guerra foi vencida. No dia...que derrotaram Aengus. Era um dia de comemoração, pensei comigo, feliz e aliviado porque tudo tinha dado certo — fez uma pausa.

Az sentou na beirada da poltrona apenas para poder entrelaçar as mãos na sua, o que o deu coragem o bastante.

— Mas o baile não era uma comemoração. Rowan chegou no salão, como único rei de Terrasen. — De repente, o ambiente ao redor caiu alguns graus. Fenrys levantou os olhos para o amigo. Vapor provocado pela baixa temperatura já saía da respiração dos feéricos reunidos na sala. A mão de Aelin saía fumaça onde tocava o parceiro petrificado. Mão e rosto.

Corte de Fogo e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora