Tudo que o Lobo Branco pôde fazer era observar.
Seu coração se dividia entre compaixão por Vaughan e raiva dele. Por essa razão, o assisitiu fazer exatamente o que disse que faria: deixar que Az o batesse, que descontasse toda sua raiva, e com um bom motivo.
Quando Az o atirou pelo gramado, o antigo amante de Fenrys nem se sequer soltou um ruído ou tentou se mover.
O mestre-espião avançou tão rapidamente que mais pareceria um borrão diante de olhos comuns.
E ali estavam os dois machos: o que Fenrys amou e o que Fenrys ama. Seu passado, e seu presente e futuro, rolando na grama como dois animais selvagens.
O cheiro que empesteava as narinas do lobo não passava de ódio, rancor, agressividade...infinitas, infinitas.
Uma onda gigantesca bateu contra os bloqueios continentais da ilha, a água respingou alto, batendo na bochecha de Fenrys e escorrendo.
O cheiro de sal misturou-se a bruma noturna e aos machos encantadores de sombras.
A julgar pela posição da lua, ainda faltavam algumas horas até que a aurora os salvasse, daquela que tinha sido, uma longa noite.
***
Az deixou que toda sua raiva se libertasse.
No minuto em que colocou os olhos em Vaughan, talvez até antes, ele soube. Era um encantador de sombras. Isso era um detalhe que Fenrys havia esquecido de mencionar quando falou do antigo amante.
Tudo nele despertou ainda mais os instintos agressivos do illyriano. Vaughan roubou o que lhe era mais precioso...seu parceiro. Faria o macho sangrar. Conforme arrastava os dois para fora da prisão, irritou-se pelo fato de o maldito não ter tentado fugir. A perseguição faria tudo ainda mais divertido. E ele caçaria Vaughan, até os confins do mundo, se necessário.
O cheiro do macho, no instante em que Az apareceu na cela, era apenas uma coisa: ciúmes.
Ciúmes de Fenrys, de seu Fenrys. Aquilo o irou de maneiras inimagináveis. Mas sua prioridade foi e sempre seria o parceiro. Antes de qualquer coisa, ele tirou Fenrys daquele inferno escuro em que fora mantido durante quase três dias. Depois, certificou-se que o parceiro não tinha sido tocado, de nenhuma forma, sem o seu consentimento.
Az tivera tempo de preparar a lista do que que faria primeiro durante as infindáveis horas de buscas por Fenrys. Graças ao que quer que fosse que os protegesse, seu parceiro estava bem. Isso bastava, para que continuasse da parte onde esfolaria Vaughan vivo. Caso o lobo tivesse tido qualquer arranhão, ou parecesse sequer desnutrido e maltratado, Vaughan não teria tido a chance de morrer sob a luz das estrelas.
Az olhou bastante para o macho que jogara no chão. Os cabelos castanho-escuros possuíam um suave tom avermelhado quando iluminados, bem como podiam parecer super pretos a pouca luz. Suas feições pareciam ter sido desenhadas com bastante simetria, pois seu rosto era anguloso e imponente. Os olhos eram tão escuros como o interior da prisão, dispostos sob longos cílios pretos. Uma de suas sobrancelhas grossas e arqueadas possuía uma suave falha próxima a volta. Mas a pele dele, parecia uma porcelana pálida e rara. O lábio inferior do macho tinha um corte superficial, já se curando, como se tivesse levado um soco ali.
O mestre-espião se lançou contra ele, prendendo o tronco do macho no chão, fechando uma mão em punho e socando-o, a outra segurando o colarinho da desgastada roupa preta que o encantador de sombras estrangeiro usava.
Não se permitiu ver se Fenrys encarava aquilo de maneira positiva ou negativa, tudo o que precisava no momento era bater naquele desgraçado. Bater e bater e bater...
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Corte de Fogo e Gelo
FanfictionE se Aelin Galathynius e cia visitassem a Corte Noturna? E se, após longos anos de desconhecimento e guerra em seus mundos, ambos descobrissem que habitam continentes no mesmo oceano? E se, em um belo dia, o tão aguardado encontro entre o mundo de T...