Capítulo 36- O lugar onde buscas

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Feyre tinha uma importante missão. Uma que não sabia muito bem como executaria.

A Casa do Vento estava silenciosa. Rowan, Lorcan, Cassian e Rhys faziam buscas pelo território.

Aelin havia se escondido em algum lugar, chamando Fenrys pelo laço do juramento de sangue. Ela não tinha falado com ninguém além de Rowan desde que Fenrys foi levado.

Rowan mal falava algo que não fosse monossilábico.

Lorcan cobria o terreno em terra, rastreando.

Aquele deveria ser o dia em que iriam encontrar Helion e os demais na Corte Diurna para poder seguir para a Corte Invernal. Mas não havia como, não com tudo que acontecia.

Haveria um eclipse naquela noite. Era tradição que isso fosse celebrado com uma festa, mas comemorações foram canceladas em virtudes de todos os eventos que abalaram a cidade.

Ainda tinham mais dois dias para achar Fenrys. E encontrariam.

Varrer o território da Corte Noturna era uma tarefa árdua. Isso tudo, presumindo que ele realmente estivesse lá. Azriel acreditava que sim e todos confiavam nele.

Naquele dia, completaria o terceiro dia de sumiço. Os humores estavam aflorados demais.

E, próximo à meia-noite, Azriel atravessou até a Casa do Vento. Feyre mal o vira nos últimos dois dias e meio.

Ainda assim, no momento em que o viu a cumprimentando brevemente e seguindo pelo corredor, soube que ele ia para o quarto de Fenrys.

Conjurou um prato de sopa e imediatamente o seguiu.

Quando chegou na porta do quarto, ouviu um simples e baixo:

— Entre.

Com o pé, ela empurrou a porta e avançou pelo cômodo. Az estava olhando o armário a direita. De costas para Feyre, que ainda não tinha conseguido examinar seu rosto. Contudo, viu que ele tinha tirado uma das blusas de Fenrys no armário e levado ao nariz. Para sentir o cheiro dele, percebeu com tristeza.

— Trouxe comida para você — ofereceu ela, bem cautelosamente.

Ele levantou a cabeça da blusa.

— Obrigado, Feyre — o tom dele era rouco, cansado. — Deixe na cômoda.

Ela olhou para a sopa cheirosa, depois para a silhueta de seu mestre-espião.

— Você não vai comer se eu deixar aqui e sair.

Az soltou um ruído amargo.

— Provavelmente não — respondeu ele, sinceramente. — Nem me lembro a última vez que me alimentei.

— Sei como é estar longe do parceiro, Az — iniciou ela, dando um passo cauteloso na direção dele. As asas de Az, notou ela, encostavam no chão. Ele jamais deixava que suas asas encostassem no chão. Aquilo a preocupou absurdamente. — Mas não se cuidar não vai ajudar nada a encontrá-lo.

— Tentei comer, tentei dormir...nada disso funciona comigo agora — admitiu ele. — Não enquanto ele não estiver aqui.

Feyre fez uma pausa. Não sabia o que dizer, porque não existia palavras para saciar a dor dele. Ela se lembrava bem da própria. Quando estava na Corte Primaveril, quando Rhys morreu, mesmo que por poucos segundos. Nada poderia se comparar a isso. Portanto, entendia Az. Mais do que gostaria de admitir.

Az.

— Hum? — murmurou ele, segurando a blusa fortemente na lateral do corpo.

— Olhe para mim — pediu ela.

Corte de Fogo e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora