Feyre e Aelin sentaram-se no sofá da loja junto a Mor e Lysandra. Os provadores eram estruturas no lado esquerdo. Bem diante delas, no lado oposto, um enorme espelho. Amren tinha vindo e se sentado no braço do sofá de veludo verde, ao lado de Feyre. Aelin ainda segurava a peça dourada em suas mãos ao cantarolar:
— Manon, minha querida, acho que já deu tempo de você se trocar. Queremos ver o resultado.
Algo no tom de voz descontraído de Aelin fazia Feyre querer gargalhar.
— Isso é absurdamente pequeno — resmungou Manon, de dentro da cabine de madeira com entalhes em dourado na porta branca.
— Só poderemos concordar com você se virmos a peça — replicou Aelin, calmamente.
O barulho de um clique na porta do provador fez todas olharem. Manon saiu, usando uma lingerie azul safira, parecendo desconfortável e claramente querendo voar no pescoço de Aelin com as unhas de ferro. Para o horror e surpresa de Feyre, suas unhas estavam para fora. Aelin parecia pensativa.
— Hummm, não sei. Dá uma voltinha — Aelin girou o indicador. Manon hesitou, fazendo um gesto vulgar para Aelin. — Adoro quando você fala sacanagem para mim, bruxinha — ela riu. — Gira logo! — Aquela era uma ordem.
Manon, parecendo irritada, deu uma volta, congelada ao se olhar no grande espelho.
— Vou te matar — ela disse a Aelin por cima do ombro.
— Uhum, eu também concordo, que bunda enorme, minha amiga — elogiou Aelin, em tom de divertimento, como se não tivesse sido ameaçada de maneira hostil.
— Isso é muito pequeno e transparente — comentou Manon.
— Deixe de besteira, menina — resmungou Amren, para a surpresa de Feyre.
Feyre olhou para além de Aelin, onde Mor estava ao seu lado. Ela arregalou os olhos, igualmente aturdida. Certamente, Amren gostava de roupas pequenas e sensuais tanto quanto gostava de joias.
— Então, Manon — começou Mor, curiosa —, como conheceu Dorian?
Os cabelos de Manon eram uma cascata feita de luar nas costas quando ela olhou por cima do ombro para Mor.
— Nosso começo foi interessante. Ele estava possuído por um demônio na época e flertou comigo — contou ela, na maior naturalidade.
Feyre engoliu devagar.
— Pode contar isso direito?
— Manon não é boa em contar histórias, Feyre — interrompeu Aelin.
Manon se virou para as fêmeas.
— O que está dizendo — ela parou, com as mãos nas cinturas finas e expostas. — Eu contei o que ela queria saber.
— Há muitas formas de contar como conheceu alguém — iniciou Lysandra, com um risinho, na outra ponta do sofá. — E garanto que não é assim.
Manon deu de ombros.
— Está bem, depois eu tive ordens para invadir a capital do reino dele e o salvei — continuou ela.
Aelin limpou a garganta.
— Rowan o salvou.
O olhar lascivo de Manon se estreitou.
— Mas eu impedi sua morte até que Rowan chegasse.
— Tanto faz — disse Aelin. Os olhos turquesa, da cor do sobretudo elegante que usava, se viraram para o outro provador. Ela se levantou sorrindo e foi até a porta fechada, batendo suavemente com o nó dos dedos indicador e médio. — Elide, está tudo bem?
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Corte de Fogo e Gelo
FanficE se Aelin Galathynius e cia visitassem a Corte Noturna? E se, após longos anos de desconhecimento e guerra em seus mundos, ambos descobrissem que habitam continentes no mesmo oceano? E se, em um belo dia, o tão aguardado encontro entre o mundo de T...