30. Capítulo 8 - Roubo Feminino - 4ª parte.

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Capítulo 8 – Roubo Feminino – 4ª parte



Echo

Durante a maior parte do dia eu a ajudei a carregar troncos de um lado para o outro e, quando o suficiente estava reunido, nós trabalhávamos no que mais os construtores precisassem.

Finalmente chegou a hora do jantar, e isso foi um evento tão silencioso para mim quanto o dia inteiro tinha sido. Especialmente com outros soldados por perto durante a refeição, achei melhor manter minha boca fechada.

A maioria deles não gostava muito de mim, e os que não pareciam se importar eram muito desanimados pela aversão dos outros para sequer me reconhecer. Às oito da noite finalmente foi a minha primeira patrulha noturna de doze horas.

Eu estava na barraca com Genevieve, pegando nossos suéteres para que nos aquecêssemos, quando ela não me entregou minha faca que brilhava no escuro como eu esperava. Aguardei pacientemente até que ela chegasse à saída, pronta para ir para o nosso posto, porém ela ainda não a havia me dado.

— Eu não tenho uma arma? — Perguntei, dando um olhar específico em direção ao baú no chão onde ela guardava minhas coisas. Ela apenas balançou a cabeça em negação e manteve a porta aberta, fazendo sinal para que eu viesse. — E se algo acontecer? — Questionei-a, saindo da barraca de qualquer jeito só para ela não se irritar comigo.

Ela desligou a lanterna e me seguiu. — Estamos no meio do mato, nada vai acontecer. — Em seguida, ela deliberadamente ajustou o rifle sobre o ombro e deu um leve tapa na faca em sua coxa. — E estou bem armada.

Fiquei perto quando ela começou a liderar o caminho para o perímetro do acampamento, não totalmente confortada por sua segurança.

— Sim, mas, se eu for atacada por um urso ou algo assim, você vai atirar nele ou simplesmente deixá-lo me comer?

No escuro, eu podia ouvi-la soltar um suspiro divertido de ar. — Depende de o quão irritante você vai ser nas próximas horas.

— Nossa, caramba! — Meus olhos ainda não estavam ajustados o suficiente para o escuro, então meu comentário sarcástico foi interrompido quando tropecei em um grande galho no chão. Consegui me equilibrar antes de cair, terminando meu depoimento com o máximo de dignidade que pude. — Obrigada.

Genevieve riu zombeteiramente, no entanto tirou uma lanterna do bolso e, depois de ligá-la para que estivesse irradiando uma luz azul brilhante, ela a entregou para mim. — Levante seus pés. Estaremos fazendo essa patrulha mesmo que você se machuque.

— Obrigada — disse mais genuinamente do que antes, ao usar a luz para evitar obstáculos obscuros em meu caminho. No brilho azul pálido eu podia vê-la acenar em reconhecimento, embora não dissesse mais nada. No entanto, ela estava sendo mais falante agora do que tinha sido o dia inteiro, e eu não queria que a oportunidade me passasse. — Como funciona a patrulha?

— Você e eu temos a primeira patrulha a pé — ela respondeu, desviando-se para a esquerda como se houvesse algum sinal invisível em nossa trilha. — Nesse momento, estamos caminhando pelo perímetro do acampamento. Passamos por cada torre de vigilância uma vez e, depois de fazer um círculo completo, trocamos com o primeiro par nas árvores. Continuamos girando assim a noite toda.

— Alguma coisa acontece? — Genevieve não parecia precisar da luz, pois parecia que estava acostumada com o chão da floresta ou ela o atravessou tantas vezes que o conhecia de cor. De qualquer forma, como perguntei, me mudei para o lado dela em vez de caminhar atrás dela, brilhando a luz da lanterna para que nós duas pudéssemos ver.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora