132. Capítulo 43 - Afundando - 1ª parte

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Capítulo 43 – Afundando – 1ª parte


Slowly Freaking Out de Skylar Grey


Afundando


Genevieve


A luz que entrava pela janela do meu quarto fez com que meus olhos se abrissem. Enjoada por conta de um sono inquieto, eu massageei o rosto com a mão e rolei de lado. Em meu estado de cansaço, eu muito provavelmente esperava ver Echo a alguns metros de distância – nas missões e no acampamento ela sempre estava lá. Eu ainda estava a me acostumar, contudo, com o fato de que agora havia uma parede entre nós.

Com um suspiro, levantei-me da cama. Comecei a manter minha faca na mesinha de cabeceira enquanto dormia e, quando estava de pé, prendia-a em volta da coxa. Depois que minha mochila e que o rifle foram colocados sobre meus ombros, fui em direção à porta, parando quando me vi no espelho de corpo inteiro montado na parte de trás da porta. Meu cabelo começava a ficar comprido e bagunçado por causa do sono. Passei os dedos por ele para desfazer o maior número possível de nós e, em seguida, esfreguei as mãos no rosto uma vez mais, para afastar o cansaço visível.

Ao caminhar para fora da porta, andei alguns metros até a porta ao lado da minha e bati nela. Do outro lado veio um 'está aberta', abafado.

O interior do quarto estava mais escuro do que o meu, porque Echo havia fechado as cortinas. Ela estava esparramada na cama no outro extremo, com o rosto enterrado em um travesseiro. Os cobertores estavam tão altos que apenas sua cabeça e as pontas dos braços eram visíveis na parte de cima, mas ela tinha uma perna sedutoramente nua a sair pela lateral. Ela nunca havia dormido de roupas íntimas na barraca.

— Você está acordada? — Eu me joguei no sofá em frente ao pé da cama, uma nuvem de poeira se formou ao meu redor. Eu não tinha sofá no meu quarto, apenas uma escrivaninha com uma televisão de tela plana inútil.

Sem levantar a cabeça, Echo murmurou: — Não.

Dei uma risada, no entanto permaneci sentada por um minuto em silêncio, dando a ela a chance de acordar enquanto olhava ao redor do quarto. Ele estava bem vazio, com a cama e o sofá sendo os únicos móveis do cômodo. Não havia mesa de cabeceira nem cômoda, a menos que estivesse escondida no armário ao lado da porta.

Dei um salto na almofada em que estava acomodada e passei a mão sobre o tecido macio de camurça. Sem a poeira, o sofá era confortável o suficiente para ser digno de se dormir nele... Estava demorando muito, então me levantei e abri as cortinas para deixar entrar a luz da manhã.

Echo rolou de costas, trazendo o travesseiro com ela para proteger o rosto da luz. Por fim ela se sentou, ao largar o travesseiro e olhar para mim com ar cansado. Seu cabelo também começava a ficar comprido, chegando bem abaixo dos ombros agora, mas, ao contrário do meu, era tão ondulado que ficava bonito quando estava bagunçado.

— Levante-se e vá em frente — eu disse com uma vivacidade provocante. — Você concordou em ser cocomandante. Isso significa que seu dia começa quando o meu começa.

Ela colocou as pernas sobre a lateral da cama e, mesmo sabedora disso, tentei não reagir ao fato de que ela estava sem calças.

— Você ainda quer que eu seja sua parceira?

Minhas sobrancelhas se franziram com o choque em seu rosto. — Por que eu não iria querer?

— Bem — começou ela de modo hesitante, ao estender a mão para o chão com o objetivo de pegar sua calça cargo. — Por que Micah...

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora