Capítulo 13 – Ar Estático – 3ª parte
Genevieve
Ela imediatamente se levantou para me seguir até a barraca e pegar nossas roupas de banho. Quando nós estávamos saindo novamente com nossos itens em mãos, Kellan passava, e ele sorriu no momento em que me viu.
— Oh, Genevieve — ele suspirou apaixonadamente, os lábios dele ganharam a infame curva de flerte. — Quarenta mil homens com todo o seu amor não poderiam compor a minha soma.
Revirei os olhos, embora eu ainda não pudesse deixar de rir de suas tentativas continuamente inúteis. Mesmo que eu nunca fosse dormir com ele, ainda era lisonjeiro.
Até que Echo zombou, revirando os olhos não tão amistosamente como eu. — Você não está falando sério — disse ela, ao levantar uma sobrancelha incrédula para ele antes de me encarar. Quando lhe lancei um olhar impacientemente curioso, ela revirou os olhos uma vez mais. — Isso é Shakespeare, seu idiota. Jesus, ninguém a não ser esse idiota lê? — Eu apenas balancei a cabeça novamente, porque não tinha soado familiar para mim. — Hamlet? — Ela repetiu a citação em um murmúrio apressado: — Quarenta mil irmãos não poderiam, com todo amor multiplicado, perfazer o total do que eu lhe tinha. — E então ela se voltou para Kellan. — Sério, se você pretende conquistar uma garota, não use uma coisa tão clichê como Shakespeare.
— O que você sabe sobre dar em cima de garotas? — Retrucou ele, defensivamente.
Echo riu, sua linha de riso aprofundando-se com divertimento. — Mais do que você, aparentemente. — Depois disso, ela se virou para mim, olhando profundamente nos meus olhos. — Se eu te desse meu coração, você o valorizaria? — Abri a boca para dizer a ela que aquela era a frase de conquista mais estúpida que eu já tinha ouvido, mas no momento em que o fiz ela pressionou o dedo nos meus lábios e colocou a outra mão em seu coração tão dramaticamente que quase gargalhei de tanto rir. — Não importa. Pegue ou quebre. Não cabe mais a mim decidir.
Ela estava obviamente a zombar de Kellan, e como eu a odiava, eu estava me esforçando tanto para não rir. — Vou dizer que o vencedor é — eu iniciei, sem conseguir limpar o sorriso entretido do rosto. — Shakespeare.
— Você está tão cheio de merda — Echo riu, balançando a cabeça e se afastando para começar a ir na direção do rio.
Agora eu não sabia o que dizer para Kellan. Para ser honesta, eu me senti um tanto quanto mal por ele. Em retribuição, dei-lhe um sorriso tímido e um tapinha no peito.
— Melhor sorte da próxima vez. — E então corri atrás de Echo. — Você não precisava constrangê-lo — eu disse, alcançando-a quando chegamos à beira do córrego.
— Por favor — ela respondeu de maneira sarcástica, e descalçou suas botas já desamarradas enquanto puxava a camiseta sobre sua cabeça. — Com uma fala dessas, ele merecia.
Desfiz meus próprios cadarços e então comecei a me despir, dobrando meus artigos de roupa em cima de minhas botas. — O seu era ainda mais cafona que o dele.
— Eu não estava falando sério. — Ela entrou na água, respirando com dificuldade pela temperatura, assim que o líquido atingiu sua cintura. — Eu nunca daria em cima de uma garota com uma cantada.
— Então com o que você iria dar em cima de uma garota? — Perguntei de modo provocante, ao apontar o quão totalmente gay soava quando ela dizia isso. A única resposta dela foi fazer uma cara de deboche para mim. — Além disso, ele também não falava sério.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Caronte Atraca À Luz Do Dia
Ficción GeneralHISTÓRIA PARA PESSOAS COM 18 ANOS OU MAIS! Sinopse Seis anos se passaram desde que uma infecção transformou a maioria da população em criaturas ferozes e semelhantes a zumbis que caçam durante o dia, forçando os vivos a um estado noturno de existênc...