Capítulo 1 – Bem-vinda à Nova Era – 4ª parte
Genevieve
Blake ainda ria baixinho da minha reação, e agora que não estava tão escuro lá fora, ele podia ver quando eu olhava para ele. — Me chame Powers aqui — eu disse a ele, e ele se virou para o soldado logo atrás dele.
Houve um murmúrio silencioso ao longo da fila e, eventualmente, Powers se aproximou de mim. — Senhora?
— Que diabos é isso? — Sussurrei com raiva, ao apontar em direção ao prédio iluminado.
— Entramos pelos fundos — esclareceu Powers — não chegamos até o lobby. — Em seguida, ele se inclinou e apontou para uma janela escura dentro, bem nos fundos do saguão. — Essa é a farmácia. As luzes não eram automáticas em nenhum outro lugar. — Segui a direção de seu dedo até um corredor perto da janela escura da farmácia. — Assim que chegamos àquele corredor, nós vimos os Ferais do lado de fora da farmácia e voltamos para trás, mas há uma escada ali dentro.
Estudei o interior por um minuto, considerando suas palavras. O esquadrão Alpha não tinha tempo de ir até os fundos do enorme prédio, apenas para voltar por dentro para onde praticamente estávamos agora. Faltava quase uma hora para o nascer do sol, se é que os Ferais ainda estavam dormindo.
Eu também não podia deixar o esquadrão Bravo aqui fora ou à luz do saguão como alvos fáceis, esperando que despachássemos os Ferais pela farmácia para que todos nós pudéssemos subir a escada até o telhado juntos. Era tarde demais para isso.
Suspirei encostada de costas na parede. — Leve Bravo de volta, do jeito que você foi da primeira vez e vá para o telhado — eu instruí Powers. — Vamos encontrar vocês lá em cima. Certifique-se de que Hatfield fique.
Na luz fraca que saía do prédio, eu podia ver Powers hesitar. Ele sabia tão bem quanto eu que, se nós nos separássemos agora, o time do esquadrão Bravo não estaria perto o suficiente para ter de nos cobrir se algo desse errado. Mas eu não estaria arriscando o pelotão inteiro por alguns remédios.
Depois de alguns segundos me estudando inseguramente, Powers assentiu e correu de volta para reunir seu grupo.
— Blake — eu comecei, virando-me para McMahan. — Se os Ferais ainda estão dormindo, nós os cercamos e esperamos minha ordem para atacar. Se estiverem acordados... — Eu parei porque não queria pensar que eles já poderiam estar acordando. Se fosse esse o caso, teríamos que entrar em combate corpo-a-corpo sem o mínimo de cobertura.
Blake assentiu com a cabeça antes de eu terminar, já sabendo o que eu estava a pensar, e começou a sussurrar a ordem através da fileira. Esperei até que o esquadrão Bravo tivesse desaparecido na esquina, e então dei uma última olhada no saguão, pulando de susto mais uma vez quando as portas, que haviam se fechado, se abriram novamente.
A entrada de dois andares estava completamente sem vida, e nossos passos ecoavam da área alta e vazia. Por alguma razão, o silêncio era mais assustador na luz. Eu estava acostumada com as conversas e risadas no acampamento durante o dia, e o fato de que aquele lugar brilhante estava morto e ao mesmo tempo era silencioso se tratava de algo assustador.
Eu não me preocupei em desligar minha lanterna enquanto nós rumávamos cuidadosamente em direção ao corredor escuro, que levaria à farmácia. No entanto, fiquei um pouco irritada com o ardor que a iluminação do prédio causava em meus olhos. A visão noturna era crucial, e agora teríamos que ir para a farmácia parcialmente cegos até nos reajustarmos. Chegando ao início do corredor fechado, coloquei a mão na maçaneta e a empurrei, e então abri a porta centímetro a centímetro, rezando para que as dobradiças não rangessem demais. Quando eu estava com tudo totalmente aberto, entrei, seguida de perto por Blake.
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Caronte Atraca À Luz Do Dia
Ficción GeneralHISTÓRIA PARA PESSOAS COM 18 ANOS OU MAIS! Sinopse Seis anos se passaram desde que uma infecção transformou a maioria da população em criaturas ferozes e semelhantes a zumbis que caçam durante o dia, forçando os vivos a um estado noturno de existênc...