93. Capítulo 31 - No Limite - 2ª parte

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Capítulo 31 – No Limite – 2ª parte


Echo


— Você está preocupada? — Eu perguntei por fim, precisando falar para liberar um pouco da dúvida que se formava em minha mente.

Isso a tirou de seus pensamentos e, embora ela tenha balançado a cabeça, levantou despreocupadamente o copo de água até os lábios. — Só estou repassando tudo de novo — afirmou ela ao colocar o copo de volta no lugar. — Para ter certeza de que não me esqueci de nada importante.

— Seu plano é sólido — disse eu, de maneira encorajadora. Na verdade, eu tinha ficado impressionada com ele. — Você pensou em coisas que eu nunca teria pensado. Você cobriu todas as bases.

Ela deu um meio sorriso de agradecimento e seus olhos caíram para minha bochecha. — Você quer levar alguns analgésicos conosco?

Pressionei gentilmente meus dedos em minha bochecha para ver como estava sensível e depois dei de ombros. — Não é tão ruim quanto aquela concussão que você me deu. — Genevieve bufou divertida, mas como ela ficou quieta novamente, imaginei que ela realmente estava um pouco preocupada. — O que você acha que entrou no estoque de alimentos? — Questionei para puxar conversa.

Eu esperava que ela pensasse um pouco sobre o assunto ou que dissesse que não tinha certeza. Em vez disso, ela respondeu sem dúvida: — Urso. — Havia quase confiança demais por trás da resposta.

— Os ursos não são estritamente carnívoros... — Eu disse a ela com curiosidade, no entanto, depois realmente estudei sua expressão. — Mas você sabe disso. — Na verdade, pensei na resposta dela. — O que você realmente acha que foi? — Ela deu outra mordida na comida sem olhar para mim. Sem responder. — Ferais? — Eu indaguei.

— Ferais não entram sorrateiramente em cabines de armazenamento — ela respondeu categoricamente.

— E... não infectados.

— Echo — interrompeu Genevieve, ao jogar a tigela e o garfo na mesa com irritação. — A última coisa com que preciso me estressar enquanto estamos em missão é com o que pode acontecer aqui. Deixe isso para lá.

A irritação foi um pouco inesperada, no entanto assenti obedientemente e permaneci em silêncio para deixá-la relaxar por conta própria. Depois que terminamos de comer, nós pegamos nossas mochilas na barraca e nos encontramos com o restante dos soldados no estacionamento. Genevieve iria dirigir o caminhão de carga em vez de comandar um Stryker, como normalmente fazia, e como só havia dois assentos na cabine, estávamos apenas ela e eu.

— Uma coisa que eu adoro nos veículos — ela comentou quando começamos nossa jornada, viajando no meio da caravana. Ela deu um tapinha feliz no painel, parecendo estar de melhor humor agora que estávamos realmente a começar a missão. — Aquecedor no inverno. Ar-condicionado no verão.

Eu dei uma risadinha, satisfeita que ela estivesse feliz com isso, especialmente porque ela ainda não tinha luvas. — Você se importa se eu dormir? — Eu perguntei, o zumbido do motor e o calor do aquecedor já me deixavam sonolenta. Eu mal tinha conseguido dormir ontem à noite.

Genevieve balançou a cabeça em negação e disse que não se importava. Não havia espaço suficiente no veículo para que eu pudesse levantar meus pés, e o assento não reclinava. A única razão pela qual eu podia ver que estava confortável o suficiente para adormecer encostada na janela era porque me sentia exausta.

Foram horas que fiquei assim, grata por Genevieve não me ter perturbado uma única vez. Eu provavelmente poderia ter dormido mais se não fosse por uma voz alta que acabou chegando pelo rádio, assustando-me e me tirando do sono. Não percebi o que um dos nossos companheiros tinha dito, mas quando senti o veículo começar a diminuir a velocidade, sentei-me por completo.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora