162. Capítulo 54 - Estrela Negra - 1ª parte

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Capítulo 54 – Estrela Negra – 1ª parte


Dark Star de Jaymes Young


Estrela Negra


Echo


Nós não tínhamos saído do sofá e, apesar do fato de que estava quente com Genevieve deitada em cima de mim e eu suava embaixo dela, ela tinha adormecido e eu não conseguia me levantar. Era de se admirar que ela não estivesse quente demais para estar dormindo, especialmente com seu rosto enterrado em meu pescoço, onde devia ser mais difícil respirar. Além do calor, eu também me sentia confortável o suficiente para tirar um cochilo. Só não o fiz porque não queria perder nada disso. Eu adorava tudo – cada respiração enevoada dela na pele, como uma de suas mãos estava confortavelmente encostada no outro lado do meu pescoço e, sim, as gotas de suor que aderiam à minha camiseta nas costas e na barriga. Ela podia até estar babando um pouco, pois eu tinha quase certeza de que não estava a suar o suficiente para sentir uma gota escorrer pelo pescoço. Essa não era uma Genevieve que tinha tolerância zero para invasores, para Ferais e para qualquer perigo. Essa se tratava de uma Genevieve que realmente demonstrava emoção sem ter que passar por camadas de liderança estoica. Essa era uma Genevieve que tinha baixado completamente a guarda há duas horas e, em vez de se assustar com isso, tinha adormecido em cima de mim.

A próxima inspiração de Genevieve foi profunda e, com isso, ela levantou a cabeça. Ela parecia tão grogue que, por um momento, simplesmente olhou ao redor, com os olhos mal abertos para enxergar alguma coisa e piscou rapidamente para tentar remediar isso. Um dos cantos de sua boca também estava para baixo, como se não estivesse feliz por ter sido acordada.

Ela parecia uma mistura de confusão, de cansaço e de satisfação que não pude deixar de rir. Quando ela ouviu isso, voltou seu olhar cansado para mim.

— Faça essa cara de novo — eu disse. Em vez disso, ela estreitou um pouco mais os olhos para mim. — Você se esqueceu de onde estava? — Eu cutuquei o canto de sua boca, que havia se achatado e ela agora tentava evitar um sorriso. — Faça isso de novo. — Belisquei sua bochecha. — Tão sonolenta. — Ela fez a cara de novo só para me fazer rir e, quando gargalhei com gosto, ela abaixou a cabeça, dando um risinho de 'cala a boca'. — Me obrigue — eu desafiei brincalhona.

No início ela não disse nada, mas depois em um único movimento saltou para cima, saindo do meio das minhas pernas, de modo que ficou sobre meus quadris e tentou alcançar meus pulsos com um sorriso no rosto. — Eu vou obrigar você — ela riu, indo atrás dele quando puxei meu braço.

Ela tentou agarrá-lo, no entanto, eu tentava me esquivar e agarrá-la ao mesmo tempo, de modo que nós duas estávamos a lutar em meio ao riso para uma agarrar a outra. E o riso tornou tudo infinitamente mais difícil, porque meus olhos continuaram se fechando e, depois de um minuto, lacrimejaram e meu estômago começou a doer. E Genevieve parecia tão determinada. Ela se esforçava muito, mas sempre foi péssima em levar vantagem sobre mim.

— Ainda estou esperando — eu cantarolei, propositalmente ao empurrar minha mão em seu rosto para provocá-la por não conseguir agarrá-la.

Ela riu, agarrando minha mão tão rápido que quase deu um tapa no próprio rosto. — Estou pegando leve com você.

— Você é tão cheia de si! — Só para provar meu ponto de vista, sentei-me e a agarrei, totalmente preparada para nos virar e prendê-la.

Eu não esperava que ela dificultasse as coisas para mim, entretanto ela se mexeu com tanta força quando fiz isso que nós duas caímos na lateral do sofá. Aterrissei de costas com todo o peso extra dela bem em cima de mim, soltando um sonoro 'ai'.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora