Capítulo 18 – Dê uma olhada – 2ª parte
Dugan
Todo o beco estava cheio de esqueletos pretos e carbonizados. Um após o outro empilhados um em cima do outro para formar uma pilha horrível de ossos mais alta do que eu. O mau cheiro era quase insuportável, mas puxei minha jaqueta pelo rosto para entorpecê-lo um pouco enquanto entrava no beco. Quando cheguei à borda da pilha, levei minha mão um centímetro acima de um esqueleto. Estava frio, não havia nem um pouco de calor remanescente do incêndio que os destruiu, então não pude determinar o quão recente era. Pelo menos sabíamos por que esse lugar estava completamente vazio. Eu só esperava que fossem apenas corpos selvagens nesse beco mortal.
— Você acha que são todos os Ferais da cidade? — Kara perguntou do meu lado no fundo da pilha.
— A menos que eles tenham deixado passar um ou dois — eu respondi com um aceno de cabeça, — Tem que ser.
— Que bom — ela riu alegremente.
Foi incrível não ter que me preocupar tanto com Ferais, mas eu não estava completamente convencido de que nós estávamos seguros. Quem quer que tivesse feito isso era capaz de fazer o máximo de baixas. Se eles eram militares ou não, eram perigosos, e se eles ainda estavam por perto, então eu não tinha certeza de que queria conhecê-los. Algo sobre isso não parecia correto.
— Vamos continuar em frente — disse eu à Kara.
Voltamos em direção à estrada principal para segui-la até o shopping. No caminho até lá passamos por uma loja de conveniência, que eu queria verificar para conseguir os itens de que Kara precisava. Eu não tinha me esquecido. Por isso abri a porta da frente e, quando ela tocou uma campainha no teto, me arrepiei por instinto.
Kara também se encolheu e levantou seu machado para se preparar para um ataque de Ferais. Nenhum inimigo veio, mas ainda verificamos cada canto da loja para ter certeza de que estava completamente livre.
— Tudo bem — eu murmurei, vasculhando as prateleiras em busca do que nós precisávamos. Ao avistar um pacote, peguei-o e coloquei-o às pressas nas mãos de Kara. — Aqui.
Ela o virou com um olhar confuso no rosto. — Para que serve?
— Para o... — Parei sem jeito. — Para você — e eu me movi em direção ao corpo dela, — Você sabe.
Ela abriu o pacote e puxou um dos pacotinhos menores. — O que eu faço com isso?
— Nossa, garotinha — suspirei com exasperado desconforto. Ela não parecia ter ideia de que a maioria dos homens não gostava de falar sobre isso, embora eu jurasse que podia ver algo de um sorriso divertido na maneira como eu estava agindo. — Não sei o que você faz com isso. — E arrisquei chegar mais perto para analisar o pacote. — Aqui — eu apontei, — há instruções.
Seus olhos vagavam sobre as instruções impressas. — Certo — ela murmurou de maneira insegura, e depois olhou para os fundos da loja onde ficava o banheiro.
— Vou esperar aqui — disse-lhe com um aceno desconfortável.
Ela desapareceu nos fundos da loja, então me ocupei em circular pelo resto dos corredores.
Parecia que essa pequena loja tinha sido esvaziada, também. Todas as pequenas caixas e frascos de remédios foram levados, juntamente com qualquer um dos alimentos enlatados que poderiam estar nas prateleiras. Até os cigarros, rapé e tabaco de imersão haviam sido levados.
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Caronte Atraca À Luz Do Dia
Ficção GeralHISTÓRIA PARA PESSOAS COM 18 ANOS OU MAIS! Sinopse Seis anos se passaram desde que uma infecção transformou a maioria da população em criaturas ferozes e semelhantes a zumbis que caçam durante o dia, forçando os vivos a um estado noturno de existênc...