68. Capítulo 22 - Defender-se em Suspense - 2ª parte

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Capítulo 22 – Defender-se em Suspense – 2ª parte


Echo


— Aqui não — ela sussurrou com um olhar de repreensão, ao me segurar contra a estante como se pensasse que eu tentaria mais uma vez se me deixasse ir. Pelo menos ela não parecia zangada. — Não faça isso outra vez.

Em uma tentativa de esconder minha decepção por ter sido afastada, mantive um sorriso brincalhão. — Você ainda tem gosto de chocolate.

— Então eu não sei por que você está sorrindo— começou ela. — Você também não gosta. — Meus olhos se arregalaram de choque genuíno. Sempre me lembrei porque era uma coisa rara que tínhamos em comum. Bem, eu gostava de leite achocolatado, mas isso era uma tecnicidade. Porém... Genevieve me odiava. — Você está impressionada — disse ela com um sorriso observador, ao repetir minhas palavras. — É por que notei ou por que me lembrei?

Eu soltei um suspiro inquisitivo, completamente perplexa sobre como responder aquilo, no entanto não conseguia pensar em nada, porque tudo o que eu queria fazer era beijá-la uma vez mais. Fiquei para lá de impressionada. Ela estava a flertar comigo? Não foi a primeira vez. Eu a peguei fazendo isso quando ela nem estava ciente, mas dessa vez parecia intencional, e eu estava totalmente insegura de como interpretar isso.

Seus olhos piscaram com outro gracejo, mas antes que ela pudesse dizê-lo, a voz de Blake veio de apenas alguns metros de distância. — Eu vi isso.

— Caramba, Echo — Genevieve gemeu, removendo a mão para que ela pudesse começar a se afastar novamente.

— É só Blake — ri, e quando ela continuou a se afastar, chamei-a provocativamente: — Ei, companheira de batalha, para onde você está indo?

Se parte do plano de vingança de Genevieve era me confundir ao enviar mensagens ambíguas, ela estava a caminho de fazer um excelente trabalho.

— Sinto muito — Blake se desculpou, oferecendo um meio sorriso em recompensa. — Eu não quis meter você em encrenca.

— Não se preocupe com isso. — Dei um tapinha amigável no braço dele para ter certeza de que ele sabia que eu não estava chateada com ele. — Não sei como esperava que aquele beijo terminasse, de qualquer maneira.

Ele me estudou com evidente curiosidade por alguns instantes, antes de finalmente decidir perguntar: — Como você espera que tudo isso acabe?

— Você viu a coisa toda, certo? Quanto tempo durou, cinco... seis segundos? — Eu questionei, e ele acenou com a cabeça lado a lado, concordando. Essa tinha sido a primeira vez que a beijei desde a primeira vez na floresta. Mesmo que ela estivesse confusa, era óbvio que era cuidadosa com as coisas que nós fazíamos juntas, com as coisas que ela me permitia fazer, e eu tinha quase certeza de que era porque, embora fizesse isso para me machucar, ela não queria ser manipuladora. Uma maldita cretina, talvez. Desonesta e sorrateira, não. Por isso ela não negava que gostava quando eu ficava com ciúmes. — Ela estava preocupada que alguém pudesse ver, mas não me impediu imediatamente. Ela hesitou. — As sobrancelhas de Blake subiram como se ele não conseguisse descobrir o que eu tentava dizer. — Tem uma parte dela que me quer — esclareci, e ele imediatamente deu uma risadinha. — Em seguida, ela vai gostar de mim e depois vai me perdoar. Então... — E eu dei de ombros de forma insegura. — Então talvez ela me ame.

Perante minha última esperança seu sorriso desapareceu, e ele me encarou pensativamente. — Você está falando completamente sério — ponderou em choque.

— Eu sei que é uma loucura — disse-lhe com uma risada leve. — Mas você quer saber algo ainda mais maluco? — Ele acenou com a cabeça com interesse. — Acho que nós estamos destinadas a estar juntas.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora