155. Capítulo 50 - Totalmente Embrulhada - 2ª parte

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Capítulo 50 – Totalmente embrulhada – 2ª parte


Genevieve


Ela estava sentada na cama quando cheguei lá e olhou para mim quando entrei, observando enquanto eu colocava a mochila no chão e tirava as botas.

Sempre tão sintonizada com meu humor, ela perguntou, de maneira hesitante: — Está tudo bem?

— Sim — eu assenti, ao levantar-me do sofá. Eu queria estar perto, então fui até a cama, deitei-me de lado sobre ela e coloquei minha cabeça em seu colo. — Jed estava lá fora. Ele tentou fazer seus jogos mentais comigo.

As sobrancelhas de Echo se encontraram com preocupação. — O que ele disse? Funcionou?

— Ele tentou me fazer sentir culpada por você — eu disse a ela. Com isso, sua risada se transformou em uma careta de desgosto. Ela parecia tão preocupada que estava à beira do pânico. Instantaneamente, sentindo-me mal por isso, levantei-me o suficiente para dar um beijo embaixo do queixo dela e depois me abaixei novamente. — E não, não funcionou.

Ela olhou para mim por um breve momento e depois para o lado oposto da sala. Ela ainda parecia tão perturbada com isso. Talvez Echo fosse a única pessoa com quem Jed estivesse a tentar brincar. Talvez ele soubesse que eu contaria a ela, e esse era o plano dele o tempo todo.

— Echo — eu iniciei com calma. Peguei sua mão e a levei até meus lábios e, depois de roçar as pontas dos dedos em minha boca, pousei a mão sobre meu peito, colocando as minhas duas sobre ela. — Tudo isso acabou, está bem? — Sua palma era tão quente contra minha pele, e o peso e o calor dela eram reconfortantes. Eu não queria que ela tivesse medo de mim. Não quando eu me sentia tão segura com ela. — Sinto muito por tudo o que fiz você passar, mas não me sinto culpada por isso. Não mais. — Apertei sua mão com mais força contra mim. — Jed não vai mudar isso. Isso é passado.

Seus olhos cinzentos examinaram meu rosto e, depois de alguns instantes, a curva descendente se tornou ascendente, e ela assentiu, embora ainda parecesse um pouco hesitante. Permanecemos ambas em silêncio por alguns minutos – a sensação da mão de Echo sobre meu coração era tão sedativa que eu provavelmente poderia ter adormecido ali mesmo. Porém, então me lembrei do livro que havia trazido e me levantei animada.

— Trouxe algo para você — eu disse a Echo, que me observava curiosamente enquanto eu pulava da cama. Corri até minha mochila, peguei o livro e corri para ficar ao lado de Echo, colocando-o em suas mãos. — Você se lembra? — Perguntei antecipadamente, observando-a olhar para o livro em uma tentativa de avaliar sua reação. — Você o trouxe naquele ano na escola primária. Para mostrar e contar.

— Não acredito que você se lembrou — ela riu. Dei de ombros, sem saber bem o que dizer e gostando muito do sorriso nostálgico no rosto dela. Por fim, ela olhou para mim e percebeu que eu não havia me mexido. — Bem, vamos lá — reiniciou ela, ao dar um tapinha na cama ao seu lado. — Você tem que me deixar ler para você. Eu me joguei alegremente sobre ela e me recostei contra a cabeceira ao seu lado. — Três vezes — acrescentou ela, provocativamente, e quando a olhei chocada, ela riu: — É tradição.

— Não se pode discutir com a tradição — eu admiti sarcasticamente.

Ela abriu o livro na primeira página e o segurou na frente dela para que pudesse ler. Fiquei a ouvir o tempo todo, principalmente para escutar sua voz, mas depois de um minuto meu pescoço se cansou de se esticar para ver as imagens. Comecei a me inclinar mais para ela a fim de ver melhor, no entanto, o que não percebi foi que meu peso a empurrava para o lado.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora