106. Capítulo 35 - Longe de Casa - 2ª parte

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Capítulo 35 – Longe de casa – 2ª parte


Dugan


— Hawooooo!

O grito me acordou de manhã, e me levantei para ver que Namiko estava no meio da corrida da cozinha em minha direção, prestes a me acordar e me avisar de algo que estava por vir.

O barulho assustou Kara também, porque ela agora estava sentada no sofá, de olhos arregalados. Soou de novo, e enquanto o uivo cortava o ar ainda matinal, era claramente humano. Sem dúvida também chamava a atenção, pois momentos depois os primeiros estampidos de tiros perfuraram o ar.

— Mantenha-o quieto — eu instruí Kara enquanto saía da cadeira e ia para a janela da sala.

— Hawooooo! — O grito soou novamente, dessa vez acompanhado de vários outros.

Afastei a cortina de lado apenas o suficiente para espreitar direito enquanto um Feral passava a correr. Ajustei-me para observar seu curso, apenas para vê-lo ficar a seis metros do primeiro tanque subindo lentamente a rua, e, em seguida, ser abatido pela rajada de disparos da metralhadora que estava em cima. Meu coração acelerou.

Os três eram veículos completamente diferentes dos que tínhamos visto ontem. Havia dois tanques e um caminhão aqui. Quais eram as chances? Entretanto, eu não tinha dúvida de que nossa sorte havia acabado completamente, porque o método desagradável e imprudente desse grupo invasor combinava com o motivo de nossos imitadores desonestos.

Wolf soltou um rosnado e eu virei a cabeça para dar um aviso a Kara. Seu lábio inferior ficou tenso e ela agarrou o rosto do cão em suas mãos severamente. — Pare com isso — ela repreendeu em um sussurro.

O disparo rápido da metralhadora era consistente agora, e auxiliado pelos sons de outras armas automáticas. Olhei uma vez mais para fora para ver que todos os Ferais na área eram atraídos para o veículo.

Havia outros indivíduos sentados em cima dos tanques perto das metralhadoras, e cada um deles gritava e buzinava, tendo uma quantidade perturbadora de divertimento ao atirar contra o agrupamento de Ferais.

Minha mente estava acelerada. Meu único plano para sair da casa móvel era esperar até que eles passassem e, em seguida, apenas fugir. Esse plano foi interrompido quando o rangido constante dos pneus dos tanques parou do lado de fora de nossa casa móvel.

Havia uma única saída para toda a casa, que era a porta da frente. Quando os tanques pararam, olhei pela janela novamente, observando como um dos homens em camuflagem militar continuava a atirar contra a pilha de corpos que se acumulava na rua. Ele continuou até que outro cara o golpeou de leve na parte de trás da cabeça.

— Ei idiota — Gritou o sujeito para ele acima do rugido dos motores, — Pare de desperdiçar munição.

Havia doze pessoas no total sentadas do lado de fora dos dois tanques, homens e mulheres. Todos eles estavam a usar camuflagem azul escura que combinava com a do atirador imprudente, e todos pularam quando os veículos pararam.

A escotilha de saída do primeiro tanque se abriu, e a parte superior do corpo de um homem apareceu.

— Quem está desperdiçando minha munição?! — Gritou ele irritado, levantando-se e se jogando, pousando de pé no asfalto desgastado com um 'whop'.

O mesmo cara deve ter feito isso antes, porque o homem que presumi ser o líder olhou diretamente para o culpado com um olhar feroz.

Ele era enorme, com quase um metro e oitenta de músculos corpulentos, visíveis porque ele estava no ar gelado a vestir nada além de uma camiseta preta e a mesma calça camuflada azul. Mesmo daqui, pude ver que sua cabeça careca estava coberta por uma tatuagem escura que vinha além do decote de sua camisa.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora