28. Capítulo 8 - Roubo Feminino - 2ª parte.

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Capítulo 8 – Roubo Feminino – 2ª parte


Echo


— Você só pode estar de sacanagem comigo... Merda!

O grito me acordou de manhã cedo e, instintivamente me levantei para procurar debaixo da minha cabeça, onde sempre mantive minha faca embaixo do travesseiro. Então eu me lembrei de onde eu estava e de que eu não tinha a minha faca, e isso me lembrou de quem estava gritando e por quê. Tratava-se de Genevieve. Ela estava de pé acima de mim, com o rosto contorcido de raiva e me olhando furiosamente. Se olhares pudessem matar, eu já teria tido uma morte lenta e agonizante.

Ela estava furiosa porque eu tinha escapado das algemas ontem à noite, no entanto eu não sabia mais o que fazer. Ela não me dizia como eu poderia conseguir qualquer tipo de roupa de cama em vez de dormir no chão duro. A única opção que eu podia considerar para ficar mesmo que remotamente confortável era tirar as algemas para que meus braços não ficassem presos acima da minha cabeça.

— Levante-se! — Genevieve rugiu, não esperando que eu fizesse isso e, em vez disso, me puxou pela gola do meu suéter.

Ela imediatamente começou a vasculhar meus bolsos, revistando-me quase pessoalmente demais. — Nossa, você é tão sensível — disse a ela com um aborrecimento fingido que foi traído pelo meu sorriso divertido – ela ficava furiosa com as coisas mais insignificantes. Mas meu sorriso desapareceu instantaneamente quando ela pegou a gola do meu suéter em ambos os punhos e me puxou tão perto dela que fiquei com medo de que ela pudesse me jogar no chão.

— Onde é que está? — Perguntou irritada, dando-me uma sacudida brusca.

Levantei as duas sobrancelhas inocentemente. — Onde está o quê? — Eu não poderia culpá-la por estar chateada. Essa era a terceira noite consecutiva em que eu escapava daquelas algemas desagradáveis.

— O que quer que você tenha usado para fugir das algemas! — Gritou ela.

— Essa é uma boa pergunta — pensei, ao olhar diretamente para seus profundos e ricos olhos castanhos. Se não fosse por toda a raiva ali, eu poderia ter me sentido mal por ignorar suas regras. Quando eu não disse mais nada, apenas permaneci ali em um silêncio provocador, ela contraiu a cabeça esperançosa. — Não sei te dizer — respondi por fim, segurando uma risada de como ela ficou frustrada. Ela parecia que estava prestes a fazer uma birra infantil. — Mas você é mais do que bem-vinda para ir investigar novamente.

— O que eu deveria ter feito — ela gritou, e eu poderia dizer que ela havia chegado ao seu ponto de ruptura, — era dizer ao Capitão que você estava desobedecendo às ordens na primeira vez que você fez isso! Essa é a terceira desobediência. — Ela me empurrou para trás e saiu correndo pela entrada da barraca, gritando por cima do ombro: — Sayonara, cadela!

Meu coração falhou uma batida no momento em que ela terminou aquela frase, então corri atrás dela, dizendo a mim mesma que não deveria ter sido tão sarcástica quando sua fúria havia atingido tão obviamente seu pico. — Espere, Genevieve! — Na minha correria em pânico eu praticamente tropecei pela porta. Blake estava sentado em uma fogueira nas proximidades vendo ela pisar fortemente em direção à tenda de reuniões, e quando eu caí, ele olhou para mim e riu do espetáculo. Eu o ignorei e corri em direção a Genevieve.

— Genevieve, me desculpe! Por favor, espere! — Ela parou e virou-se para me encarar, repreendendo-me ao colocar as mãos em seus quadris até que eu a alcançasse. — Não diga ao Capitão — eu implorei. Eu precisava começar a levar o ódio dela por mim mais a sério. — Sinto muito. É que é muito desconfortável dormir no chão. Com as algemas mal consigo dormir.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora