2. Bem-vinda à Nova Era - 2ª parte.

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Capítulo 1 – Bem-vinda à Nova Era – 2ª parte


Genevieve


McMahan me seguiu de volta para a parte principal da biblioteca. Alguns dos rapazes ainda estavam a vasculhar pelas prateleiras, e os demais estavam amontoados perto de uma das poucas mesas de madeira que não haviam sido derrubadas, sussurrando algo esportivamente uns para os outros.

Em vez de ir até eles, caminhei tranquilamente até o balcão da biblioteca para procurar por qualquer coisa útil. Não havia muito nas gavetas além de lápis, de grampeadores e de muita papelada. O mesmo aconteceu com a bagunça que entulhava a bancada. Encontrei uma caixa de ataduras do Mickey Mouse e, com um sorriso, coloquei-as dentro da minha mochila.

Uma das coisas mais difíceis de um apocalipse era manter o moral elevado, e eu sabia que as crianças adorariam aqueles pequenos curativos. Quem não consegue sorrir quando há crianças felizes por perto?

Eu quase desisti de procurar qualquer outra coisa que pudesse ser útil quando, no extremo do balcão, avistei um armário solitário. Minha sobrancelha levantou-se curiosamente enquanto me dirigia para ele, e quando o abri, eu lutei para segurar um sorriso.

Blake ergueu o pescoço sobre o balcão para ver o que havia causado minha reação, e ele riu e balançou a cabeça enquanto eu discretamente colocava a garrafa de conhaque na minha mochila.

— Você sabe em quantos problemas vai se meter quando o Capitão descobrir que o senhor Putnam está pegando todo aquele álcool de você? — Perguntou ele, com o rosto em um misto de diversão e de desaprovação.

O álcool era permitido no acampamento, mas como nós estávamos acampados no meio de uma floresta e não queríamos que as pessoas tropeçassem na selva, ele era monitorado cuidadosamente e administrado apenas em pequenos incrementos na hora das refeições.

— Ei, estamos todos autorizados a trocar bens e serviços uns com os outros — eu ri, dando um encolher de ombros que deixou claro para ele que eu não estava preocupada com isso. — O velho Putnam é o melhor especialista em armas do acampamento. Por que você acha que essa coisa parece tão bonita e funciona como um sonho? — Apontei para o rifle por cima do meu ombro e brinquei: — Além disso, ele é um bêbado tranquilo.

— O que quer que ajude você a dormir à noite, Tenente — brincou Blake.

Ele só me chamava de 'Tenente' quando se mostrava brincalhão comigo, mas era o único que se safava de fazer piadinhas com relação à patente que me foi designada.

Quando o Capitão me designou pela primeira vez como tenente encarregada de outros vinte soldados, esses soldados não me aceitaram muito bem.

• Principalmente porque eu era uma das poucas pessoas que não era militar antes de tudo desmoronar. Além disso, havia sido por causa da minha idade. Eu tinha apenas quinze anos quando tudo começou. Tive sorte que o capitão me levou para debaixo de sua asa depois que perdi minha família, e três anos depois ele decidiu que confiava em minha tomada de decisão o suficiente para me colocar no comando do primeiro pelotão. Quando ele me designou o título pela primeira vez, eu não sabia o suficiente sobre a vida militar para sequer saber o que era um pelotão. Escusado será dizer que não obtive muita resposta quando tentei dar ordens. O Capitão tinha me dito para 'colocá-los 'em forma e mostrar a eles 'quem manda'.

Com base em seus conselhos, no início tive certeza de que todos os meus soldados pensavam que eu era apenas uma vadia burra. Mesmo depois de três anos liderando o grupo, eu ainda estava aprendendo coisas que eu sequer sabia que deveria tomar conhecimento. Mas eles aprenderam que, para cada decisão que eu tomava, a segurança deles era a coisa mais importante para mim. Então, por conta disso, eles confiaram em mim, mesmo que alguns deles ainda pensassem que eu era uma vadia cretina.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora