84. Capítulo 28 - Se Começássemos ÀS Cegas - 1ª parte

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Capítulo 28 – Se Começássemos às Cegas – 1ª parte


The Take Down de Dabin & Koda


Se Começássemos às Cegas


Genevieve


Observei April retirar a gaze do ombro de Echo para examinar a queimadura, encolhendo-me com a visão da ferida. — Está se curando bem — elogiou a médica. — Está latejando? Ou sente náuseas? — Echo balançou a cabeça em negação. — Isso é bom. — A doutora buscou um curativo novo. — Continue a mantê-la limpa.

Assim que April tinha terminado de tratar o machucado, Echo disse 'obrigada' e depois olhou para mim em busca de instruções. Acenei com a cabeça para que ela me seguisse e comecei a liderar o caminho para fora da cabine médica.

Desde o ataque há algumas noites nós não tivemos muito tempo para relaxar, então essa seria nossa única chance de jantar antes de termos patrulhas noturnas. Depois de nós pegarmos nossos utensílios, fomos para o DFAC e após isso nos sentamos com nosso ensopado quente.

Tratava-se de um alívio ter algo quente para comer – já que eu tinha dado a aquele menino minhas luvas, minhas mãos estavam constantemente congeladas – e assim, enquanto eu o deixava esfriar o suficiente para comê-lo, enrolava meus dedos ao redor da tigela.

Echo não parecia se importar com o fato de que o ensopado estava escaldante, e ela o engolia como se nem percebesse. Ela levantava a colher até os lábios para sua próxima dentada, quando Kellan passou do lado da mesa, e ele não parecia se importar que eu pudesse vê-lo enquanto ele batia nela com o cotovelo.

Ele continuou a se afastar depois disso, no entanto os lábios de Echo se franziram e ela rosnou de agonia contida e, enquanto estendia a mão até a parte de trás de seu ombro, percebi que Kellan havia atingido sua queimadura.

— Você está bem? — Eu perguntei seriamente, ao reprimir a vontade de arrastá-lo de volta para pedir desculpas. Eu teria interferido de forma mais agressiva entre eles se não fosse pelo fato de que eu tinha certeza de que isso só intensificaria o ódio de Kellan por Echo.

Quando os olhos dela se encontraram com os meus, havia o menor vislumbre de lágrimas dolorosas neles, mas parecia que a dor tomava um rumo compreensível em direção à raiva. — Se ele tocar na minha queimadura novamente, não tente me impedir quando eu o esfaquear até a morte com meu talher.

— Para que conste — eu disse, ao segurar uma risada divertida ao dar minha primeira dentada na comida. — Deixei bem claro que nunca iria para a cama com ele.

Echo voltou a olhar para mim, semicerrando os olhos com alguma curiosidade. — Por minha causa?

— O quê? Pelo amor de Cristo — eu resmunguei em exasperação instantânea. — O que diabos acontece com vocês dois? Ele me perguntou a mesma maldita coisa. — Então eu suspirei e respondi: — Não. Não tenho nenhuma vontade de ser mais uma das conquistas dele. Não tem nada a ver com você.

Echo não parecia acreditar inteiramente em mim, porém em vez de abordar o assunto, ela olhou por cima do ombro a fim de vislumbrar para onde Kellan havia se sentado. — Posso fazer algo para irritar ele?

— O quê? — Perguntei surpresa, mas ela já tinha se levantado, e andou em volta da mesa para chegar até mim e depois se acomodou ao meu lado. — O que você está fazendo?

Ela estendeu a mão para sua tigela e a puxou para si, depois se aproximou ainda mais de mim. — A culpa é sua — disse ela, ao tomar um gole satisfeito de seu ensopado. — Você não vai me deixar chutar o traseiro dele, então eu tenho que recorrer à agressão passiva.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora