107. Capítulo 35 - Longe de Casa - 3ª parte

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Capítulo 35 – Longe de casa – 3ª parte


Dugan


Um barulho metálico atraiu meus olhos para onde Wolf ainda estava cercado. Eles tinham um Feral na gaiola que tinham acabado de colocar no chão, mas atiraram nele como se não fosse nada e o arrastaram para fora. Ainda rosnando e desnudando suas presas, eles se aproximaram do cachorro, apoiando-o em direção ao caixote. No momento em que entrou, um deles avançou, batendo a porta nele. Wolf mostrou seus dentes, quase pegando a mão do homem, e quando percebeu que estava preso, seu rosnado se intensificou. Ele se jogou nas paredes da gaiola, em uma tentativa de se soltar.

— Cale a boca! — Gritou um dos homens, ao bater o pé na lateral da gaiola com tanta força que derrubou Wolf.

O homem ao meu lado me empurrou para frente, direcionando-me para onde Kara ainda estava ajoelhada ao lado do líder e de Mia, enquanto a aberração arrastava Namiko para lá. Fomos cercados, nossas armas foram levadas e eu estava muito ferido para aguentar qualquer tipo de briga. Estávamos completamente sem opções e sem ter para onde ir. Estávamos mortos.

— Eles tinham uma sacola — disse Mia ao líder. Ela estava agarrada ao braço que Wolf rasgou. O sangue escorria pelas pontas dos dedos dela. — Eles a enfiaram em um cofre.

As coisas ficaram estranhamente tranquilas enquanto o líder nos encarava. Os únicos sons audíveis eram minhas respirações fracas e ofegantes e os rosnados diluídos de Wolf. Depois de um minuto ele se aproximou de mim, me estudou um pouco e após isso cutucou minhas costelas. Soltei um grito de agonia e caí de joelhos, enquanto o riso irrompia do grupo ao nosso redor.

O líder se agachou para ficar ao nível de meus olhos novamente. — Dugan, é isso? — Eu o encarei diretamente em seus olhos castanhos frios, brilhantes. — Eu sou Jed. — Ele olhou para trás em direção à Kara enquanto perguntava: — Ela não é sua filha, certo? — Então ele olhou de volta para mim. — Mas você cuida dela. — Cerrei a mandíbula, debatendo sobre o momento certo de fazer um movimento. Minha faca ainda estava no bolso, a única arma que me restava, entretanto, eu não conseguia alcançá-la sem que eles percebessem. — Eu respeito o que você está fazendo, sabe. Crianças, elas são o futuro.

— Sim? — Questionei com incredulidade venenosa. — Então vamos lá, deixe-nos ir.

Ele respirou de maneira sarcástica por entre os dentes. — Veja, eu não posso fazer isso. Você matou um dos meus caras, seu cachorro machucou aquela mulher linda lá, e agora eu descobri que você está escondendo coisas. O que você está escondendo? — Eu estreitava os olhos para ele, lentamente enfiava a mão em direção ao bolso. — Comida, munição, remédios... Sabe o código desse cofre?

Minha mão alcançou meu bolso sem ser notada e, em um piscar de olhos, retirei a faca e a levantei. Avancei, no entanto, por ser tão grande, Jed foi rápido. Ele pulou do caminho antes que eu pudesse esfaqueá-lo, e eu bati no chão de barriga para baixo. Dois homens imediatamente me puxaram pela camisa, e a faca foi arrancada da minha mão.

Jed ria, seus dentes perfeitos brilhando em meio aos cabelos faciais cor de cobre. — Você não deveria ter feito isso. — Eu me preparei para um golpe, me preparando para mais dor. Em vez disso, Jed virou-se para frente com o punho, e seus dedos pegaram Kara na lateral do rosto.

— Filho da puta! — Eu gritei, ao avançar apenas para ser puxado para trás. O cano de uma arma fria encontrou minha têmpora, e quando parei de lutar contra a ameaça, o sorriso de Jed cresceu.

— Qual é o código para o cofre? — Questionou.

— Não diga a ele — Kara tossiu, cuspiu sangue de sua boca e se ajeitou de volta para dar a Jed uma careta desafiadora.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora