Capítulo 38 – Sob Nossos Pés – 2ª parte
Echo
Foi como um efeito dominó, os soldados mais próximos olhavam para Genevieve. Então eles se viraram, disseram algo para a pessoa ao lado e, em segundos, todos falavam loucamente. Comecei a me levantar, prestes a correr para dentro do estabelecimento a fim de ver o que estava acontecendo, mas antes que eu pudesse fazê-lo, Genevieve e Blake começaram a correr em minha direção.
— Echo! — Genevieve chamou e acenou para que eu viesse enquanto passava correndo. Ela nem sequer parou para olhar carrancuda para Imogen e, com a velocidade com que ia, parecia que nem estava machucada.
Senti-me oficialmente tão preocupada que não me despedi de minha nova amiga e imediatamente disparei atrás da dupla que se retirava. Corremos direto para o quartel, subimos as escadas e atravessamos a porta da sala onde estava o rádio. Genevieve se jogou no assento em frente à escrivaninha e pegou o microfone de mão mais rápido do que eu poderia piscar.
— Capitão — ela respirou fundo, preocupada. — Capitão, sou eu, responda.
Houve um silêncio momentâneo, e então a voz dele sussurrou pelo rádio. — Gen — ele ignorou uma saudação adequada. — Sabemos o que está roubando comida. Eles chegaram assim que o sol se pôs. Ninguém sabia que eles estavam aqui... — ele fez uma pausa, mas ainda havia uma falta de crepitação no rádio, como se ele não tivesse soltado o botão de falar. — Até que fosse tarde demais.
O estalo começou, então Genevieve se inclinou para frente, ansiosa. — O que aconteceu, capitão? Invasores? — Houve uma pausa tão longa que Genevieve provocou através de um gemido aterrorizado: — Capitão?
— Ferais — afirmou ele, tão baixinho que mal podíamos escutá-lo. — Conseguimos abater a maioria deles, mas eles são inteligentes. Eles caçam. Tenha cuidado... — Sua voz foi cortada pela estática.
— Capitão? — Genevieve disse quase suplicantemente para o receptor. — Capitão? — Houve um minuto inteiro de silêncio. — Alguém? — Quando não houve resposta, Genevieve jogou o microfone para baixo e se levantou. — Merda — ela respirou fundo e cruzou as mãos atrás da cabeça em pânico. — Porra. — Ela respirava tão rápido que era de se admirar como ainda estava de pé. — Temos que ir embora. Agora!
Eu estava mais perto da porta e, quando ela fez um movimento para sair em disparada, eu pisei na frente dela. — Espere um pouco — disse, ao colocar as mãos em seus ombros. Eu queria dar mais chances ao Capitão. Tínhamos que ter notícias dele novamente. — Acalme-se por um segundo.
— Estamos perdendo tempo! — Ela gritou instantaneamente, ao empurrar minhas mãos que a detinham.
— Não sabemos quem sobrou. — Eu tentava manter a calma, no entanto me sentia quase tão apavorada como ela. Blake havia caído em uma cadeira, e agora olhava fixamente para o chão. — Tire um segundo para pensar. Não sabemos com o que estamos a lidar.
— Não vou deixar um único sobrevivente sozinho lá fora! — Seus olhos se estreitaram perigosamente para mim. — Agora saia do caminho, ou siga-me ou, então, Deus me ajude, Echo, você pode não sobreviver aos próximos dez segundos.
Era tão assustador como ela estava a falar completamente sério, que eu assenti obedientemente. — Certo, estou indo.
No momento em que ela disparou para fora da porta, Blake entrou em ação e foi imediatamente atrás dela. Segui os dois a uma velocidade alucinante de volta para a cafeteria.
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Caronte Atraca À Luz Do Dia
General FictionHISTÓRIA PARA PESSOAS COM 18 ANOS OU MAIS! Sinopse Seis anos se passaram desde que uma infecção transformou a maioria da população em criaturas ferozes e semelhantes a zumbis que caçam durante o dia, forçando os vivos a um estado noturno de existênc...