166. Capítulo 56 - Tudo se Tornou Realidade - 1ª parte

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Capítulo 56 – Tudo se tornou realidade – 1ª parte


I Would Die For You de Matt Walters


Tudo se tornou realidade


Genevieve


Eu abri a porta do quartel e respirei fundo para reprimir a emoção ao chegar à calçada. A última coisa em que eu queria pensar era por que razão Echo estava a agir daquela maneira. Ela estava me afastando. Eu sabia disso, era óbvio. Mas por quê? Tudo o que eu conseguia pensar era que Jed havia me dito que ela iria embora com eles, e que ela faria isso de boa vontade. Eu não queria acreditar que ela iria, mas por que ela me afastaria se não fosse embora logo?

O único lugar onde eu poderia ficar sozinha agora era no prédio onde nós guardávamos o rádio HÁ.M... Echo estava em seu quarto, e eu não queria conversar com Blake ou com Micah. Então, atravessei a rua até o prédio, fungando para afastar o borrão de preocupação em meus olhos quando cheguei à porta.

— Bom dia, senhora — cumprimentou um dos soldados perto do rádio. Fiz um pequeno aceno de cabeça para os dois, passando por um dos escritórios.

— Está tudo bem? — Perguntou o outro.

— Tudo bem. — Fechei a porta atrás de mim, larguei minha mochila perto da escrivaninha e caí na cadeira almofadada.

Um suspiro pesado escapou de meus pulmões quando abaixei a testa sobre a superfície da mesa. Eu não deveria ter me afastado, mas não sabia mais o que fazer. Echo não podia estar a falar sério, entretanto ainda assim doía ouvi-la dizer que eu não podia amá-la, que ela me implorava para odiá-la de novo.

Depois de eu ter dado tudo a ela... Eu já estava vulnerável o suficiente sem que ela visse o quanto eu estava ferida. Não. Eu deveria voltar atrás. Dizer a ela que não precisava falar sobre o que a incomodava, mas mostrar que ela não precisava ficar sozinha. Mostrar a ela que eu me importava porque meus sentimentos por ela eram reais. No entanto, eu tinha ido embora com ela me dizendo para parar de amá-la. Eu não sabia o que esperar dela agora e estava apavorada com o fato de que, se eu voltasse, ela diria que não me amava de verdade.

Permaneci sentada por um tempo com a cabeça apoiada na escrivaninha, em uma tentativa de decidir se deveria procurar Echo ou então resolver a situação de Jed, pois eles iriam embora hoje. Por fim, bateram na porta.

— Senhora?

Eu me endireitei, esfregando as mãos no rosto para voltar à vida. — Está aberta.

Dois de meus soldados abriram a porta e, depois que eles entraram, uma jovem mulher os seguiu. Fiquei parada diante da inesperada presença de uma recém-chegada. Eu nunca a tinha visto antes, ela não era uma das nossas, e Hatfield segurava um arco composto que devia pertencer a ela.

Ela tinha cabelos castanhos curtos com uma bandana amarrada na testa, e sardas pontilhavam as bochechas sob os olhos castanhos. Não tinha cicatrizes como Echo e não se portava como se estivesse a esperar por uma briga. Não se tratava de uma invasora.

Antes que eu pudesse dizer algo aos meus soldados, ela me olhou de cima a baixo. — Uau. Você é muito mais jovem do que eu esperava.

Ela também não parecia agressiva, o que era um bom sinal. — Quem é você?

Hatfield respondeu em vez disso, dando um passo à frente para me entregar o arco. — Nós a encontramos no portão da frente. — Peguei a arma, examinando-a com desconfiança antes de colocá-la sobre a escrivaninha.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora