Capítulo 26 – Milhas do Outro Lado – 4ª parte
Echo
Meu primeiro instinto através da frustração e meu ódio por ele foi colocá-lo para baixo na base do soco, mas no fundo da minha mente eu podia ouvir Genevieve me dizer para ir embora.
— Você mantenha suas mãos sujas longe dela — Kellan escarneceu, ao apertar meu braço com mais força para dar ênfase.
— Ela não é sua namorada, Kellan — disse a ele selvagemente, ao encontrar seus olhos com um olhar desafiador. — E o que eu faço ou não faço com as minhas mãos não é da merda da sua conta. — Tentei me afastar depois disso, mas como ele ainda tinha um controle sobre mim, ele me puxou para trás. Eu precisava sair de perto dele. Eu ia fazer de tudo para não lutar contra ele, no entanto eu tinha certeza de que ia me defender se ele tentasse alguma coisa. Deixei que ele me encarasse por alguns segundos para que soubesse que eu não tinha medo dele, e então fiz cara feia. — Vamos. Solte-me.
Parecia que ele não tinha a intenção de dar o primeiro passo com o objetivo de iniciar uma luta. Com um bolhar rebelde, ele me deu um empurrão brusco enquanto soltava meu braço.
Eu saí antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa para mim, e corri para a tenda com a finalidade de ver se era para onde Genevieve tinha ido. Ela estava lá, mas no momento em que entrei, ela suspirou como se eu a estivesse irritando e se dirigiu para a saída.
— Não se afaste — implorei, ao me colocar entre ela e a porta.
Ela parou e cruzou os braços sobre o peito, me olhando com expectativa. Só que eu não tinha pensado no que dizer, nem sequer tinha ideia de como começar. De muitas maneiras, o que acabara de acontecer foi diferente de todas as outras ocasiões que ocorreu, entretanto, eu não tinha ideia de como colocar essas diferenças em palavras. Quando não consegui encontrar as palavras, Genevieve fez um movimento para passar por mim.
— Não tenho nada a dizer para você. — Eu me aproximei para ficar de pé na frente dela novamente, e então cuidadosamente peguei seu rosto em minhas mãos para fazê-la olhar para mim, com a finalidade de colocá-la no temperamento que eu havia experimentado na cabana. Ela olhou para mim, porém foi com um olhar feroz quando ordenou: — Tire suas mãos de mim.
Obedeci-lhe e deixei meus braços caírem para os lados com um suspiro desapontado. — Por que você está brava comigo? — Os olhos castanhos dela perderam o desafio e se desviaram, ou não conseguiam nem se recusavam a responder. — Você não queria que eu fizesse aquilo? — Fiquei confusa logo após o fato, mas agora que ela nem estava me respondendo a confusão era tão grande que doía. — Posso beijar você de novo?
— Não — ela respondeu instantaneamente. Eu nunca a tinha visto parecer tão culpada, entretanto, eu não achava que ela tinha nada para se sentir culpada.
— Então o que você quer? — Eu a questionei desesperadamente. Nada na minha vida tinha feito me sentir tão certa, eu não conseguia entender o que eu havia feito de errado.
Ainda incapaz de encontrar meu olhar, ela olhou para a porta. — Quero ir embora.
— Olhe para mim, Genevieve — eu pedi suplicantemente, pois não conseguia lê-la quando ela não o fazia, e nada disso fazia sentido. — Olhe para mim! — Ela respirou fundo antes de finalmente me encarar em meus olhos. — Do que você tem medo? — Agora ela não desviava o olhar, mas também não queria me responder. — Você tem medo de mim? — A Genevieve com quem eu estava a conversar agora era completamente diferente da Genevieve que estava a me beijar antes, e doía tanto que eu estava à beira das lágrimas.
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Caronte Atraca À Luz Do Dia
General FictionHISTÓRIA PARA PESSOAS COM 18 ANOS OU MAIS! Sinopse Seis anos se passaram desde que uma infecção transformou a maioria da população em criaturas ferozes e semelhantes a zumbis que caçam durante o dia, forçando os vivos a um estado noturno de existênc...