Capítulo 49 – Ainda Invisível – 2ª parte
Echo
Genevieve foi a primeira a falar novamente quando desceu da escrivaninha. — Vocês precisam de mais alguma coisa?
Samuel soltou um suspiro desanimado e balançou a cabeça. — Obrigado mesmo assim.
— Voltarei daqui a pouco — disse Genevieve a Micah, e então ela contornou a mesa, parando quando chegou perto de mim. — Ei — ela murmurou para que os outros não ouvissem — você pode tirar a mão da arma agora.
Pisquei para ela e levei alguns segundos para finalmente sentir o aperto da pistola em meus dedos. Eu afrouxei e finalmente tirei a mão, dando-lhe um pequeno sorriso. Ela passou por mim e, quando me virei para segui-la, acenei por cima do ombro para todos que estavam lá dentro.
— Qual você acha que era o problema dele? — Ela perguntou sobre Jed e diminuiu a velocidade até que eu a alcançasse. Dei de ombros, mas como ela não olhava para mim, não tinha visto. Ela me encarou em busca de uma resposta e, quando completei o movimento novamente, ela deu uma risadinha. — Você ainda está nervosa?
Ela se aproximou com uma das mãos, pressionando os dedos nos músculos do meu ombro enquanto nós caminhávamos. — Eles estão tramando alguma coisa — eu disse a ela, e ao ver que a massagem não tirava o estresse da minha mente, ela revirou os olhos e retirou a mão. — Não sei o que eles querem – comida, suprimentos médicos, munição –, mas estão aqui para alguma coisa.
— Talvez eles só queiram um lugar para descansar — ela respondeu — como eles disseram.
— Achei que você confiasse em mim — eu suspirei.
Eu queria contar a ela sobre Murph e seu bolso, no entanto havia uma pequena parte de mim que achava que estava a exagerar. Também queria contar a ela sobre o fascínio de Jed por minha tatuagem, no entanto, não queria lembrá-la dessa parte de mim. Nem mesmo se ela dissesse que me perdoava, porque ainda não havia motivo para eu acreditar que a Genevieve carinhosa era permanente.
— Eu confio — ela me tranquilizou instantaneamente, mas eu estava preocupada demais para responder. — Ei — disse ela, ao parar e pegar meu rosto com as mãos no intuito de me fazer olhar para ela. — Eu confio. Eu sei o que está em jogo. Está bem? Mas estamos tentando encontrar uma cura há muito tempo. Murph sobreviveu a uma mordida. — Franzi as sobrancelhas ao ouvir isso. Para mim, isso não valia a pena. — Não vamos começar a nos assustar até termos um motivo real para isso. — Soltei outro suspiro com os lábios franzidos e assenti. — Agora vamos lá. — Ainda segurando meu rosto, ela o sacudiu de forma brincalhona. — Só porque não estamos namorando agora, não significa que você pode ficar toda tensa e deprimida. — Lancei um olhar de leve para ela, que ela imitou só para me provocar. — Livre-se. Disso. Dessa. Carranca — ela resmungou, mas era um resmungo feliz, e ela pontuava cada palavra com uma chacoalhada no meu rosto.
— Tudo bem — eu ri, ao dar de ombros para que ela não pudesse mais me abalar. Cerrei os dentes em um sorriso exagerado, embora ainda estivesse rindo. — Melhor?
Seus olhos foram diretamente para o canto da minha boca com aquela linha de riso, e seus lábios seguiram para um rápido beijo. — Muito.
Toda vez que ela me beijava daquele jeito, eu me sentia muito estranha, da maneira mais inocente possível. Agora não foi diferente.
Meu sorriso se transformou em um sorriso genuíno, e eu pisquei para ela com a incapacidade instantânea de formar palavras. Só havia passado um dia inteiro, porém eu duvidava de que algum dia me acostumasse com o fato de ela ser assim. O efeito que isso teve sobre mim fez com que seus lábios se curvassem em um sorriso quase tímido e, sem dizer mais nada, ela se virou para entrar na cafeteria. Eu a segui e, depois de nós duas enchermos uma tigela de ensopado cada, fomos para uma mesa.
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Caronte Atraca À Luz Do Dia
Ficción GeneralHISTÓRIA PARA PESSOAS COM 18 ANOS OU MAIS! Sinopse Seis anos se passaram desde que uma infecção transformou a maioria da população em criaturas ferozes e semelhantes a zumbis que caçam durante o dia, forçando os vivos a um estado noturno de existênc...