Capítulo 36 – Preciso de Você Aqui Agora – 3ª parte
Dugan
Virei a cabeça bem a tempo de ver um Feral cair de um lugar do segundo andar, no mesmo nível do telhado. Seus pés mal tocaram o chão e ele se lançou sobre Chrissie. Rolei e me levantei. Mas era tarde demais para que qualquer um de nós pudesse fazer alguma coisa. O Feral se chocou contra ela e, quando cravou os dentes em seu ombro e a derrubou, ela soltou um grito de gelar o sangue.
Patricia correu para frente, em um pânico tão grande que nem levou o bastão com ela. Eu corri atrás dela com a arma na mão. Ela se lançou contra o Feral, afastando-o de nossa filha, e antes que ele pudesse mordê-la também, eu bati com o bastão na testa dele. Trish rolou e pegou Chrissie enquanto eu batia no Feral novamente. E mais uma vez. Até eu ter certeza de que ele nunca mais morderia ninguém. Chrissie chorava, agarrada ao ferimento em seu ombro. Trish tinha lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto apertava nossa filha contra ela.
— Meu bebê — soluçou Trish.
Em meio à agonia recente e de coração partido em meu peito, senti meus olhos se encherem de lágrimas de fogo. Mas eu podia ouvir os Ferais lá embaixo a arranhar a parede da casa, em uma tentativa de chegar aqui em cima.
— Temos que entrar — eu disse a Trish.
Eu a conduzi até a janela pela qual o Feral havia saído e entrei primeiro com o bastão ainda na mão. Havia mais um Feral lá dentro, mas quando ele rosnou para mim, corri para a frente com muita fúria. Eu girei o bastão e atingi a criatura com tanta força que ela tombou alguns metros para o lado, finalmente caindo de costas no chão. Não dei a ela a chance de se levantar. Pulei para frente, derrubei o bastão várias vezes. Eu estava tão chateado que não sei se teria parado. A única coisa que me tirou do sério foram os gritos de Trish.
Levei quase um minuto para me virar, estava tão apavorado com o que viria a seguir. Havíamos entrado em um quarto e Trish havia colocado Chrissie na cama, e agora ela estava ajoelhada ao lado, com lágrimas escorrendo dos olhos para o tecido leve. Eu me apressei, trazendo minha mochila para tirar um grande pedaço de gaze dos suprimentos médicos. Meus olhos ficaram embaçados quando subi na cama e pressionei a gaze contra o ombro de Christina.
Sua pele já estava muito quente. Ela não mais chorava. Nem parecia que sentia dor. Ela apenas olhava de mim para a mãe, e a única razão pela qual parecia que ela ainda soltava gemidos suaves era por causa da nossa aparência assustada. Trish soluçava e respirava com dificuldade enquanto enterrava o rosto contra a barriga de Chrissie. Limpei os olhos com o braço, em uma tentativa de fazer com que as lágrimas se soltassem para que eu pudesse ver o que estava fazendo com a gaze. Mas quando elas se soltaram, não pararam mais. Elas continuavam descendo em cascata pelo meu rosto.
— Está tudo bem — disse a Chrissie. Na verdade, eu só tentava me convencer disso. — Vai ficar tudo bem.
Chrissie acreditou em mim, pois levantou a cabeça para olhar para Trish. — Eu vou ficar bem, mamãe.
A pouca compostura que Trish tinha se desfez. Ela levantou a cabeça enquanto seu rosto se contorcia de agonia e se afastou da cama. Ela gemeu, puxou os joelhos até o peito e os envolveu com os braços para poder esconder o rosto novamente. E soltou um gemido abafado. Tentei me controlar. Chrissie não sabia o que significava ser mordida, e eu não queria assustá-la em seus últimos minutos. — Chrissie — eu sussurrei, inclinando-me para dar um beijo desesperado em sua testa.
— Estou com frio — respondeu ela, com o corpo tremendo de frio.
Fechei os olhos e forcei as lágrimas a saírem para poder ver seu rosto com clareza. Faltava apenas um minuto para que a febre a dominasse. Ela era muito pequena para lutar contra ela por muito tempo.
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Caronte Atraca À Luz Do Dia
Ficção GeralHISTÓRIA PARA PESSOAS COM 18 ANOS OU MAIS! Sinopse Seis anos se passaram desde que uma infecção transformou a maioria da população em criaturas ferozes e semelhantes a zumbis que caçam durante o dia, forçando os vivos a um estado noturno de existênc...