Caronte Atraca À Luz Do Dia

66. Capítulo 21 - Procure-a - 3ª parte

Capítulo 21 – Procure-a – 3ª parte

Genevieve

Funcionou também – eu estava completamente focada nos lábios dela. Agora eu queria perguntar quem a tinha ensinado a paquerar de forma tão eficiente. A garota do colégio jamais teria tido coragem de agir assim. Infelizmente para o esquema de Echo, o fato de ela conseguir colocar a ideia na minha cabeça embora tivesse funcionado, só me deixou mais irritada... Ainda que eu não pudesse mentir e dizer que não me deu impulso para beijá-la.

— Isso não está a acontecer — eu respondi em vez disso, e virei-me para a porta com meus pratos na mão.

Ainda era bem cedo, entretanto eu estava confiante de que o DFAC já estaria a servir o jantar. Como não podia deixar de ser havia uma fila na mesa de serviço, então me mantive lá com Echo e olhei ao redor para ver quem estava a comer.

Foi quando vi Kellan, e meus lábios se enrolaram com uma ideia antes mesmo de pensar conscientemente a respeito disso. Eu sabia que sempre que eu era amigável com ele, isso irritava Echo.

Se ela quisesse ver paquera, eu mostraria a paquera para ela. Kellan não se importaria, visto que a única coisa que ele queria de mim era a única coisa que Echo estava a receber. Um pouco de brincadeira não poderia partir seu coração, visto que ele não tinha sentimentos verdadeiros por mim.

— Quem preparou o seu café? —Perguntei-lhe enquanto me sentava ao lado dele, já que não serviam café com o jantar, e com uma cara insatisfeita já, Echo sentou-se em frente a nós e ao lado de Garcia. Antes que Kellan pudesse responder, peguei sua xícara e tomei um longo gole. — Uau — estremeci com a surpresa do sabor. — Irlandês, eu vejo.

Kellan riu divertido, parecendo extremamente encantado com o quão amigável eu agia. — Russo, na verdade — corrigiu-me, ao empurrar a caneca em minha direção. — Sirva-se.

Balancei a cabeça em negação e ergui meu próprio copo de água. — Nunca fui muito vodca girl. — Então peguei um pouco de salada na boca e, depois de engolir, acenei com a cabeça em direção a Echo e adicionei: — E temos patrulhas novamente essa noite.

Mesmo com o comentário, Kellan não reconheceu Echo com um olhar ou com uma careta. — Em quê? — Começou pensativo, com um sorriso provocante no rosto. — Quatro horas? Você é um peso-leve, hein, Tenente?

— Cale a boca — eu ri, propositalmente dando um empurrão esportivo em seu braço, e depois deixando uma mão ali para apertá-lo. — Você tem malhado? — Com o quão atraente Kellan era, eu teria pensado que seria tão fácil flertar com ele.

Mas naquela linha desagradável e excessivamente clichê eu tinha que evitar revirar os olhos para mim mesma. Pelo menos estava a conseguir o que eu queria, porque quando olhei para Echo ela apertou os olhos para mim indignada.

Mantive a paquera durante toda a refeição, no entanto foi tudo menos fácil. Cada palavra, risada e toque de paquera era quase impossível de forçar. Para ser honesta, eu estava quase com nojo de mim mesma. A única coisa que fez com que isso valesse a pena mesmo remotamente foi o fato de que o flerte claramente deixou Echo zangada. Ela ficou tão furiosa quando terminamos de comer que saiu à minha frente para a barraca, e quando eu entrei ela me encarou, enquanto eu guardava meus pratos.

— Qual é o problema com você? — Questionei, tão inocentemente que praticamente pude ouvir seus dentes ranger.

— Você sabe qual é o problema comigo — ela respondeu ferozmente.

Levantei uma sobrancelha para ela. — Eu sei?

— Foda-se, Genevieve — ela cuspiu com raiva. — Eu entendo seu ponto de vista. Você não precisa arrastar Kellan para isso.