Capítulo 27 – No Escuro – 2ª parte
Dugan
Kara trouxe os braços com força, enterrando a cabeça do machado profundamente no primeiro Feral que entrou pela porta. A criatura se dobrou no vão da porta, fazendo com que os que estavam atrás dela se afunilassem. No instante em que soltei o cachorro, ele correu para frente, saltando por cima do Feral acuado e colocando seus dentes firmemente ao redor da garganta daquele que estava atrás dele.
Kara arrancou seu machado para fora do primeiro Feral, e quando ele caiu no chão Wolf seguiu com um segundo corpo mole, ainda balançando sua enorme cabeça para frente e para trás. O terceiro Feral era míope, então ao se jogar em cima do cão em recuperação, Kara atacou novamente, pegando o próximo monstro em sua saída.
Agora me atirei para a frente, sabendo que Kara já estaria com o coração partido se algo acontecesse com aquele cachorro. Fiz o mais breve corte com minha faca na parte de trás do Feral que estava em cima do cão, e quando ele se levantou furiosamente enterrei minha lâmina em seu peito.
Kara tinha atingido seu segundo Feral com tanta força que ela lutava para puxar a cabeça de seu machado para fora, então quando olhei para cima, pude ver que o Feral final estava de olho nela. Ao mesmo tempo em que os joelhos dele se dobravam para pular para ela, eu saía a atacar com minha faca. Enterrei-a mais uma vez no peito de uma criatura, mas acertei com tanta força que voltamos a cair dentro da loja. Quando paramos, eu instantaneamente me afastei dele caso ainda estivesse a respirar, preparando-me para contra-atacar uma vez mais.
Depois que tive certeza de que ele estava morto, fiz uma varredura apressada do interior em busca de quaisquer Ferais restantes. — Tudo limpo — eu comentei apressadamente, sabendo que era possível que Ferais nos prédios ao redor tivessem ouvido a comoção. — Ei, entrem rápido. — A luta tinha sido curta, entretanto isso não significava que eu não estava sem fôlego.
Então dei de ombros para tirar a sacola de comida das minhas costas antes de me levantar, cansado demais para subir com o peso adicional.
Todos os meus três companheiros entraram, mas Kara não chegou a entrar. — Dugan, os corpos estão bloqueando a porta.
Peguei a primeira peça de roupa que vi, uma camiseta de um rack próximo, e fui até os Ferais mortos. Tocar nessas coisas mais do que eu precisava era a última coisa que eu queria fazer, então usei a camisa para criar uma barreira entre a carne das minhas palmas e os tornozelos dos Ferais. Arrastei o primeiro para fora e, quando voltei para a loja para pegar o próximo, ouvi um estrondo de um aliado próximo. Meu coração começou a bater aceleradamente tudo de novo. Não deu tempo de arrastar todos para fora e correr o risco de sermos vistos. Tive que puxá-los para dentro, e fiz isso tão rapidamente e quase insuficientemente que eles estavam empilhados uns em cima dos outros apenas um centímetro além da barreira. Mas foi o suficiente para a porta fechar, e eu a fechei e me afastei das janelas.
— Tentem manter suas lanternas apagadas por um tempo — eu disse às minhas aliadas. — Namiko, a loja é sua.
Mesmo no escuro, eu podia ver os olhos dela vagando para os corpos sem vida perto da entrada. — Obrigada — ela disse por fim, e mesmo que ela tivesse falado de maneira tão calma que quase não a ouvi, parecia que havia uma quantidade esmagadoramente emocional de gratuidade em sua voz.
Sorrir foi minha resposta cortês. Enquanto ela se afastava para começar sua busca, olhei ao redor, imaginando o que mais havia aqui dentro que nós poderíamos levar. A loja era pequena o suficiente para que eu pudesse ver que Kara já havia feito seu caminho por um corredor perto dos fundos, e mesmo daqui eu podia ouvi-la dar um grito animado.
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Caronte Atraca À Luz Do Dia
Ficción GeneralHISTÓRIA PARA PESSOAS COM 18 ANOS OU MAIS! Sinopse Seis anos se passaram desde que uma infecção transformou a maioria da população em criaturas ferozes e semelhantes a zumbis que caçam durante o dia, forçando os vivos a um estado noturno de existênc...