160 Capítulo 53 - Pular Uma Batida - 1ª parte

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Capítulo 53 – Pular uma batida – 1ª parte


Biting Down, de Lorde


Pular uma batida


Dugan


Kara estendeu a mão, então fiz o que vinha fazendo nas últimas duas horas e lhe entreguei um prego. Ela o alinhou contra a estrutura de madeira do fumeiro que ela e que Mal estavam a construir e deixou que Mal batesse na madeira com um martelo bom o suficiente para que ele se sustentasse sozinho antes de retirar sua mão. Mal bateu com o martelo, terminando a última parte da estrutura. A coisa era bem pequena, do tamanho de um banheiro externo, mas com um único martelo demorava mais do que nós esperávamos. O fato de nenhum de nós ter experiência em construir quase nada também pode ter tido algo a ver com isso, porém Joseph parecia um pouco irritado com o fato de pedirmos instruções.

Elas estavam a trabalhar na estrutura com a madeira deitada de lado, já que nenhuma delas era alta o suficiente para martelar a parte superior dela. Agora que a estrutura estava pronta, as duas agarraram uma única extremidade, levantaram-na do chão e a empurraram para cima. Elas se debatiam um pouco contra o peso da estrutura, então, quando terminaram, ofegantes e sacudindo os braços cansadamente, não pude resistir à provocação.

— Está de cabeça para baixo.

Mal resmungou e deu um passo atrás para examinar o que tinham feito. Como se tratava apenas de uma estrutura, não importava a maneira como elas a haviam montado, o que ela percebeu prontamente. — Idiota — ela riu, pegou um galho do chão e o jogou em mim.

— Vamos fazer o resto — Kara pediu com impaciência, ao pegar uma longa tábua de madeira para começar a cobrir o esqueleto.

Mal a observou alinhar a tábua e depois olhou para mim, lendo a preocupação em meu rosto e me deu um sorriso compreensivo. A menina ainda estava muito ansiosa para chegar a Pittsburgh. Eu também estava, no entanto quanto mais nós nos aproximávamos, mais real era a sensação de que caminhávamos em direção a algo potencialmente perigoso. E se nós chegássemos tarde demais? Eu nunca esqueceria a ameaça que Jed havia feito. Se ele nos visse novamente, eu estaria implorando para que ele acabasse com o nosso sofrimento. Eu não podia deixar que nada acontecesse com Kara, mas sabia que ela nunca me perdoaria se eu mudasse de ideia.

Enquanto Mal e Kara continuavam a trabalhar, eu continuava a passar o que precisavam. Depois de alguns minutos, Matthew apareceu na floresta, vindo em nossa direção. Ele sorriu quando chegou até nós, especialmente para Kara, que lhe deu um sorriso desajeitado, mas distraído, e então passou por nós até uma mesa suja na lateral da casa. Ele carregava alguns coelhos que deve ter pegado na floresta. Ele os jogou sobre a mesa e pegou uma faca em uma lata enferrujada na superfície.

— Dugan — disse Kara, ao estender a mão.

Desviei meu olhar de Matthew quando ele começou a esfolar os coelhos e me sentei no tronco usado para rachar madeira, jogando um prego para Kara. Esse lugar era realmente muito mais tranquilo durante o dia. Era isolado, o que me deu uma ideia melhor do motivo pelo qual os proprietários da casa se sentiam tão à vontade.

Olhei para além de Kara e de Mal em direção à floresta, observando a beleza do verde. Havia um vento suave de verão que soprava por entre as árvores, fazendo as folhas farfalharem e criando uma ondulação de luz no ar sombreado sob a copa das mesmas. Havia até esquilos a conversarem entre si nos galhos, e eu não me lembrava da última vez que havia parado para apreciar o fato de o mundo selvagem ainda estar a prosperar. Enquanto examinava a floresta, meus olhos se fixaram em algo ao longe. Ele realmente só se destacou por causa da cor.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora