12. Capítulo 4 - Não Dá Para Voltar Para Casa Novamente - 1ª parte

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Capítulo 4 – Não Dá Para Voltar Para Casa Novamente – 1ª parte


The House That Built Me de Miranda Lambert


Não Dá Para Voltar Para Casa Novamente


Genevieve


Os sons de um acampamento desperto eram filtrados pelas paredes de lona da minha tenda e eu permaneci debaixo dos cobertores quentes em minha cama para apreciar o zumbido relaxante dos ruídos. O estalo distante de uma fogueira acesa, um grito ou uma risada ecoando facilmente pelo ar fresco e aberto, o bater firme de um machado contra um tronco de árvore enquanto os homens coletavam lenha para as fogueiras... Eventualmente, a atração da pequena civilização me tirou da cama e, depois de calçar minhas botas, fiz meu caminho pela porta de tecido da tenda, parando por um momento para respirar fundo a manhã da floresta. Eu participava alegremente das missões designadas pelo Capitão, porque era o que nós precisávamos fazer para manter esse oásis em funcionamento, mas não havia nada que eu gostasse mais do que estar de volta ao acampamento. De volta ao lar.

O frio do amanhecer fez com que um leve arrepio subisse pela minha espinha, entretanto eu valorizei a sensação em vez de voltar para a barraca para pegar meu suéter. Isso me lembrava que eu estava viva, algo que eu gostava de estar sempre consciente. Mantive-me do lado de fora da entrada da minha barraca por mais alguns instantes, pensando em qual seria minha primeira ação da manhã. O café da manhã me veio de forma instantânea à mente e, como meu estômago não me deixava concentrar em mais nada, voltei para dentro e peguei meus utensílios de cozinha. Com eles em mãos, caminhei alguns passos em direção à tenda de McMahan para ver se ele já estava acordado ou não.

— Toque, toque — eu disse, ao empurrar a abertura abaulada e rir da visão. Ele estava esparramado em sua cama, quase grande demais para aquela coisa, com três de seus quatro membros pendurados nas bordas. Ele também tinha sua boca aberta, roncando suavemente a cada respiração inspirada. — Blake, levante-se e brilhe.

Ele levou uma de suas mãos ao rosto para esfregar os olhos com os dedos e, em seguida, passou-a pelos cabelos enquanto se sentava. Ele ficou ali, acomodado com os cotovelos nos joelhos e a cabeça baixa, de maneira cansada, por alguns segundos antes de olhar para mim de olhos semifechados. — Por quê? — Ele choramingou, caindo de volta em seus cobertores.

— Eu vou comer sem você — eu ameacei rindo, sabendo que se eu não conseguisse que ele fosse fazer a refeição comigo ele reclamaria disso depois. Ainda assim, ele apenas ficou deitado, sem vontade de acordar. — Levante seu traseiro — eu provoquei, puxando a aba para deixar entrar um fluxo de luz solar. — Isso é uma ordem.

Um sorriso percorreu seu rosto um tanto abatido e ele se sentou mais uma vez. — Agora você vem me puxar pelo seu posto?

— Sim — eu disse, deixando mover a dobra da porta. — Coloque algumas roupas, estou morrendo de fome. — Ele me encarou e lançou um olhar de alegria para mim, então eu adicionei com um sorriso cheio de dentes: — Por favor.

Depois que ele se certificou de que eu poderia vê-lo revirar os olhos, ele desceu da cama e puxou sua calça milita camuflada por cima das boxers dele. Então ele jogou sua camiseta preta desbotada, pegou seus pratos e me seguiu para fora. Nós passeamos pelo acampamento, sorrindo e acenando para as pessoas as quais passávamos pelo caminho. Eu conhecia Blake bem o suficiente para deixá-lo tomar um café antes de tentar ter algum tipo de conversa com ele.

— Genevieve! — Uma vozinha soou atrás de nós, e eu me virei bem a tempo de pegar a menina de sete anos que pulou em meus braços.

Eu a peguei no colo e, depois de acenar para sua mãe atentamente para sinalizar que eu a observaria, nós continuamos em direção à comida. — Bom dia, Shirley — cumprimentei a criança, rindo de seu entusiasmo. Quando a chamei de Shirley, ela inclinou a cabeça para baixo para me dar uma bronca. Seu nome verdadeiro era Madison, mas com seus grandes olhos azuis e cabelos loiros cacheados, nunca resisti a provocá-la. — Ah, você é Madison? — Perguntei brincalhona.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora