Capítulo 5 – Tigre! Tigre! – 4ª parte
Echo
Ela acionou um interruptor temperamental algumas vezes impacientemente, até que as luzes da cabine piscaram. Era um gerador, e o fato de eles terem eletricidade me fez sorrir de alegria. Em seguida, April foi até um dos grandes contêineres e puxou um suéter para vestir, enquanto caminhava. Mesmo quando alcançou a lixeira ela ficou de olho em mim, como se estivesse preocupada que eu a atacasse, então mantive uma distância segura e encostei minhas costas na parede perto da porta.
Depois que pegou os comprimidos, ela pegou uma garrafa de água e carregou os dois itens para mim.
— Como você está se sentindo hoje de manhã? — Ela perguntou enquanto me entregava o remédio e a água.
Ela quase vacilou quando eu os alcancei. — Minha cabeça ainda dói — respondi, e ela assentiu com conhecimento de causa, dando um tímido passo para trás. — Você não precisa ter medo de mim. — Engoli os comprimidos e depois segurei a garrafa de água para ela pegar de volta. — Eu não vou te machucar.
April rapidamente olhou para longe como se não soubesse como responder. — Já que você está aqui, vou dar uma olhada em seus ferimentos. — Ela evitou meu comentário, acenando-me para uma das mesas de aço e deu dois tapinhas na superfície. Subi nela, sentada em silêncio enquanto ela retirava a gaze que havia colado na minha testa. — Alguns de nós já tivemos experiências próprias, ou pelo menos ouvimos histórias — disse ela por fim, passando para os arranhões no meu peito. — São verdade?
Eu sabia do que ela falava. Histórias sobre invasores. Eu odiava que eu fosse alguém a ser temida, que eu fosse o bicho-papão na vida um tanto confortável dessas pessoas.
Eu não desejava que April ou que qualquer outra pessoa tivesse medo de mim, porém não pretendia que ela pensasse que os outros não eram perigosos. — Sim — eu assenti com a cabeça. Ela olhou para baixo de forma intranquila, os olhos se arregalando quando vislumbrou a tatuagem no meu pulso, como se isso a tornasse ainda mais real. — Mas não sou perigosa.
A médica se virou sem dizer nada e pegou um pequeno tubo de pomada de outro recipiente. Ela apertou um pouco no dedo, esfregando-o cuidadosamente nos arranhões do meu peito.
— Seu capitão disse que eu poderia ficar — comecei quando pensei que ela não continuaria a conversa. Ocorreu-me que eles sempre poderiam me matar quando tivessem seu soldado de volta, então eu adicionei baixinho: — Não sei se ele falava sério ou não.
— Ben é um homem honesto — April me disse, suavemente tocando mais gaze sobre os arranhões. — Justo também. — Eu apenas assenti, vendo-a caminhar até a mesma lixeira de onde ela havia pegado os analgésicos.
Ela tirou alguns comprimidos de outro frasco e, quando voltou para perto de mim, me entregou um. Estudei-o curiosamente, sem saber se ela também poderia ser inteiramente confiável, no entanto ela me tranquilizou instantaneamente. — Antibióticos, já que ele disse que você poderia ficar. — Sorri agradecida e engoli, e então ela me entregou os outros. — Para depois. Um comprimido por dia. Você deve comer logo.
Saltei da mesa e enfiei os comprimidos em um dos bolsos. — Onde eu poderia conseguir uma refeição?
April apontou na direção que eu estava indo antes de entrar na cabine. — É só continuar por ali. Há algumas mesas improvisadas perto de uma grande fogueira.
— Obrigada — eu disse genuinamente agradecida, e depois que ela assentiu eu saí pela porta.
Continuei na direção que April havia me indicado e, em pouco tempo, encontrei a área de que ela falava. Havia várias mesas estreitas com tocos para assentos ao redor de uma grande fogueira. Havia outra mesa montada perto da fogueira, de onde parecia que algumas pessoas estavam a distribuir a refeição.
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Caronte Atraca À Luz Do Dia
General FictionHISTÓRIA PARA PESSOAS COM 18 ANOS OU MAIS! Sinopse Seis anos se passaram desde que uma infecção transformou a maioria da população em criaturas ferozes e semelhantes a zumbis que caçam durante o dia, forçando os vivos a um estado noturno de existênc...