56. Capítulo 17 - Castigo Chamado Vida - 2ª parte

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Capítulo 17 – Castigo Chamado Vida – 2ª parte


Echo


— Você está pronta? — Genevieve questionou, ao colocar a cabeça para dentro da tenda. Eu só a ouvia pela metade porque eu estava cochilando, então ela falou um pouco mais alto. — Echo, estamos prontos para partir.

Eu me levantei de maneira cansada, olhando para ela e me perguntando como ela estava mesmo de pé. Tínhamos tido patrulhas noturnas ontem à noite e, durante nosso turno terrestre, nós nos deparamos com mais alguns Ferais. Ninguém se machucou, contudo Genevieve se mostrou tão desconcertada com isso que continuou a patrulhar as fronteiras do acampamento durante todo o dia. Eu tinha ficado com ela o máximo de tempo possível, porém algumas horas atrás eu estava prestes a desmaiar de sono, então ela me deixou voltar para dormir enquanto ela continuava com outro de seus soldados. Agora que o sol estaria se pondo em breve, era hora de partir para nossa viagem de abastecimento.

Um arrepio percorreu minha coluna quando empurrei meus cobertores e, enquanto calçava minhas botas, olhei para Genevieve uma vez mais. Ela parecia exausta, como se se eu demorasse mais para me arrumar ela sentaria na cama, porque ficar em pé exigia muito esforço, e se ela se sentasse, eu tinha certeza de que ela não teria energia para se levantar.

— Como foi? — Eu questionei, tentando ajudá-la a tirar sua mente de como ela estava cansada enquanto me esperava.

Ela estava olhando para o chão, no entanto, diante da minha pergunta seus olhos se voltaram para mim, e ela piscou lentamente. — Estava tudo bem — ela respondeu, observando enquanto eu puxava meu casaco verde escuro de inverno e depois enfiava minhas luvas na mochila.

Ainda não estava a nevar, mas fazia frio o suficiente para começar, e eu não ficaria surpresa se tivéssemos alguns episódios durante a semana. — Não encontramos mais Ferais.

Abri a tampa do baú perto da cama de Genevieve, tirei minha pistola e verifiquei a quantidade de munição no carregador. — Isso é uma boa notícia — eu sugeri, enfiando a arma na parte de trás da calça e depois dizendo a ela que eu estava pronta.

— Oh — ela disse enquanto se lembrava de algo, e antes de abrir caminho, ela tirou sua mochila para retirar algo dela. — Encontrei isso no arsenal. — Ela me entregou o item e devolveu a mochila aos ombros.

Tratava-se de um coldre de coxa para minha pistola, que se encaixava perfeitamente ao redor da minha perna. — Obrigada — eu disse a ela enquanto apertava e colocava minha arma nele, genuinamente surpresa que ela tivesse pensado em trazê-lo para mim. — Nós combinamos — eu refleti com uma risada, apontando para a bainha de faca ao redor de sua coxa. Ela sorriu de forma divertida, depois deu um aceno cansado e virou-se para sair.

No momento em que saí da barraca, percebi que o ar havia ficado cerca de quinze graus mais frio desde que me deitei para uma soneca, então puxei a gola forrada de pele da minha jaqueta em volta do meu pescoço.

Genevieve notou a ação, que parecia lembrá-la do frio, porque ela puxou o capuz do suéter cinza que tinha por baixo de seu casaco de couro marrom e enfiou as próprias mãos nos bolsos dele.

— Temos que fazer alguma coisa sobre esses Ferais — disse ela, com sua respiração saindo como uma névoa gelada no ar frio.

Mesmo que ela parecesse estar de bom humor, e que eu geralmente gostasse de conversar com ela durante esses momentos, o único reconhecimento que dei foi um aceno de concordância, e eu não disse mais nada enquanto nós caminhávamos para os veículos. Eu nunca tinha estado perto dela em um sono tão limitado, e eu tinha um pouco de medo de que seu temperamento pudesse ser um pouco mais volátil do que o normal se eu ficasse muito confortável.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora