Capítulo 5 – Tigre! Tigre! – 3ª parte
Echo
April não discutiu e, em vez disso, lançou-me um sorriso apologético. Mas eu não me importei. Fiquei um pouco aliviada porque eles estavam a planejar me mandar de volta em vez de me matar, provavelmente uma troca para que recuperassem o cara deles. Não que eu estivesse melhor em casa. Decker ainda me mataria se eu regressasse. A Doutora terminou de cuidar do resto das minhas feridas em silêncio e, apesar do protesto do Capitão, ela me deu alguns analgésicos para minha cabeça. Então ela se foi. Deixou-me sozinha com o Capitão, com Genevieve e com um outro soldado, todos os quais pareciam ter a expressão de que não se importariam em adicionar algumas feridas ao meu corpo já espancado.
O comandante pegou uma cadeira na frente da minha e sentou-se, inclinando-se para a frente com os cotovelos nos joelhos. — Qual é o seu nome? — Indagou. Pelo menos ainda não tinham recorrido à violência. Eu cooperaria de qualquer maneira.
— Echo.
— Esse não é o nome dela — começou Genevieve amargamente. — É...
— Meu nome — interrompi antes que ela pudesse terminar, inclinando-me para encará-la. A atitude dela estava começando a me irritar. — É Echo. — Ela apenas revirou os olhos e não disse mais nada.
— Está certo, Echo — concordou o Capitão, indiferente. Com o que ele se importava, afinal? — A situação em que nos encontramos é a seguinte. Seus companheiros de invasão levaram um de nossos homens, e nós gostaríamos que ele voltasse. Ele ainda estaria vivo? — Acenei com a cabeça, sabendo que Leon iria questioná-lo para obter informações de localização. Ele estaria vivo, no entanto, eu não poderia garantir sua condição física. — Ótimo, então, se você fizesse a gentileza de levar o pelotão de Genevieve até lá, ficaríamos mais do que felizes em devolvê-la sã e salva.
Essa foi a primeira vez que percebi que estava em uma posição de poder. Eles se preocupavam com seu homem e o queriam de volta. Eu não estava melhor em casa do que aqui. Se eu fosse para casa, com certeza estaria morta. Se eu não cooperasse com esses caras, eu poderia estar morta. Entretanto, eu tinha poder de barganha.
— Temos um mal-entendido sobre o que posso fazer por você — eu lhe disse calmamente, e ele levantou as sobrancelhas para escutar a explicação. — Eles não se importam comigo. A única coisa pela qual eles vão trocar seu homem são suprimentos.
— Que tipo de suprimentos? — O comandante perguntou. Quanto mais ele falava comigo, menos medo dele eu tinha. Ele era um homem rude, mas considerando a posição em que eu estava, ele não tinha sido totalmente indelicado comigo. Eu tinha mais medo de Genevieve do que dele.
Demorei um minuto para pensar na indagação dele. Não havia exatamente nenhum protocolo para isso, visto que era a primeira vez que qualquer um de nós era feito prisioneiro em vez de ser morto no local. No entanto, eu poderia imaginar o tipo de coisas que o grupo queria.
— Comida é algo essencial, pelo menos duas semanas de rações para oito pessoas. Material médico. Munição...
— Você não vai receber munição — ele respondeu instantaneamente, e eu sabia que não cederia nisso. Eu não esperava que ele desse munição aos 'invasores' de qualquer maneira; Eu tinha acabado de fazer uma mera tentativa. — Rações para cinco dias.
— Duas semanas — eu rebati.
— Uma semana — o Capitão levantou sua oferta.
No entanto, eu não entraria no complexo com nada menos do que eu havia dito originalmente. Eu não achava que o Leon ia aceitar. — Duas.
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Caronte Atraca À Luz Do Dia
Ficção GeralHISTÓRIA PARA PESSOAS COM 18 ANOS OU MAIS! Sinopse Seis anos se passaram desde que uma infecção transformou a maioria da população em criaturas ferozes e semelhantes a zumbis que caçam durante o dia, forçando os vivos a um estado noturno de existênc...