Capítulo 11 – Deixe os Mortos Enterrarem os Mortos – 3ª parte
Echo
— Essas coisas são uma dor de cabeça constante — reclamou Garcia um minuto depois.
Olhei para ele e levantei uma sobrancelha: — Eles quebram muito? — Eu entendia o desejo de um veículo blindado, mas Ferais não usavam armas. Eu teria pensado que um grande veículo civil como um Hummer teria sido suficiente, especialmente se essas coisas quebrassem o bastante para alguém reclamar disso.
— Muitas vezes o suficiente para ser uma dor de cabeça tremenda — respondeu Blake com uma risada.
— Só espero que nenhum Feral esteja perto o suficiente para ter nos ouvido chegar — disse Kellan, e do canto do meu olho vi Genevieve acenar com a cabeça em um sinal de concordância.
Houve um breve silêncio após isso, e depois de uma pausa pensativa, Garcia ponderou: — Eu me pergunto se o restante do mundo está infectado.
— Não pode ser só os Estados Unidos — concordou Kellan.
Blake esticou as pernas pelo vão e as colocou no lugar vazio do assento ao meu lado. — Pelo menos tinha que ter se espalhado para o México e o Canadá. Provavelmente a América do Sul, também.
Até agora, eu realmente não tinha tentado me envolver em uma conversa amigável com ninguém além de Blake. Minhas tentativas com Genevieve não contavam, pois ela me odiava. Kellan claramente não era meu maior fã também, mas Garcia parecia ser um cara legal até agora. Então eu tentei entrar no diálogo. — Ouvi dizer que no Canadá os Ferais pelo menos perguntam antes de morder você. — Blake imediatamente caiu na gargalhada enquanto Garcia também ria, e mesmo que Kellan não parecesse totalmente divertido, fiquei satisfeita em ver Genevieve abrir um sorriso.
— Sim — acrescentou Garcia através de outra risada, — E eles pedem 'desculpas' depois.
Blake ainda estava rindo muito, reconhecidamente um pouco mais alto do que eu achava que a piada merecia e bem depois que Garcia parou, no entanto, um momento depois ele apontou para Kellan. — Ele é canadense!
Não pude deixar de rir disso, especialmente quando Garcia se inclinou para a frente para beliscar uma das bochechas de Kellan. — Claro que ele é canadense. Olhe para seu rostinho fofo de soldado Montie.
— Hum, ria disso — resmungou Kellan, mas nem ele conseguiu evitar que seus lábios se curvassem em um pequeno sorriso. — Se eu for mordido, vou direto para você, Garcia.
— Tudo bem, tudo bem — interrompeu Blake, ainda rindo baixinho. — Se houvesse uma coisa que você poderia ter feito antes do surto, o que seria?
— Fácil! — Garcia sorriu e, depois de balançar a cabeça com naturalidade, acrescentou: — Ficar com aquela supermodelo brasileira daqueles comerciais de lingerie.
Blake abaixou o queixo para olhar para Garcia de forma provocantemente séria. — Estamos falando realisticamente aqui, amigo.
Garcia franziu as sobrancelhas. — Sim, eu poderia ter conseguido isso.
— Obviamente, faz tempo demais que você não vê sua cara feia no espelho — sorriu Kellan e, embora eu não gostasse dele, sorri divertida.
— Gen? — Blake perguntou, olhando para ela, e quando ela respondeu com 'paraquedismo', ele se voltou para Garcia. — Está vendo, cara, agora isso é realista.
— Tanto faz — protestou Garcia alegremente. — O que você faria então? — Perguntou ele a Blake.
Eu poderia dizer que era apenas para provocar Garcia, mas Blake respondeu seriamente: — Eu ficaria com a super modelo brasileira dos comerciais de lingerie.
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Caronte Atraca À Luz Do Dia
General FictionHISTÓRIA PARA PESSOAS COM 18 ANOS OU MAIS! Sinopse Seis anos se passaram desde que uma infecção transformou a maioria da população em criaturas ferozes e semelhantes a zumbis que caçam durante o dia, forçando os vivos a um estado noturno de existênc...