Capítulo 32 – Causando-me vergonha – 4ª parte
Genevieve
A maçaneta girou e a porta se abriu. Todos os soldados que estavam acordados também estavam a observar, e alguns deles tinham armas prontas para o caso de serem invasores ou Ferais. Em seguida, a cabeça de Echo apareceu.
— Sou só eu — ela falou aos soldados antes de se aproximar e, assim que as armas foram largadas, ela entrou e fechou a porta atrás dela.
Eu cheguei perto dela, peguei a manga de seu casaco no meu punho e a arrastei até atrás da estrutura, fora de vista novamente. Lá, eu a empurrei com força contra o tijolo. — Que diabos está de errado com você! — Eu rosnei furiosamente, irritada mais uma vez agora que pude ver que ela estava completamente bem.
Eu não queria mais provocá-la, eu vinha tentando com tudo em mim não beijá-la ou tocá-la. Mas eu estava tão aliviada por ela estar viva, saudável e por não reencontrar os invasores e se juntar a eles que, apesar de mim mesma e antes que ela pudesse superar o choque de ter sido jogada, eu a beijei. Enrolei meus braços com força em torno de seu pescoço e pressionei meu corpo e meus lábios contra os dela tão ansiosamente que pude sentir o gosto de sua surpresa.
Fiquei tão aliviada que não a detive quando ela se recuperou do choque e enrolou os braços em volta da minha cintura para me puxar para mais perto. Eu me deliciei com isso, sem culpa por apenas um momento, porque pensei que nunca mais sentiria seus braços, ou seus lábios, ou sua língua.
O pigarrear da garganta de alguém me arrancou do meu estupor aliviado e eu pulei para longe de Echo para ver Blake, que ria pelo canto da estrutura. Então, lembrei-me da minha fúria, piorada pelo fato de que agora eu sentia aquela culpa. Então eu empurrei Echo de novo, mais rigidamente do que eu tinha feito antes.
— Onde você estava? — Eu sussurrei duramente.
— Nossa, que língua de chicote — ela resmungou, mais uma vez parecendo chocada com a mudança repentina, mas tirou um par de luvas novas do bolso do casaco. — Fui buscá-las para você.
— Sério? — Perguntei com raiva, e fiquei tão irritada por ter passado por tanto trauma emocional por causa de um par de luvas que a empurrei novamente. — Que porra é essa, Echo! — Respirei fundo para não gritar. — Você não sai desse grupo. Nunca mais. Isso foi estúpido. Já está quase amanhecendo. Você poderia ter sido morta! E por quê? Um maldito par de luvas.
Agora ela estava brava, obviamente, porque eu não recebia o gesto da maneira que ela esperava que eu recebesse. — Eu sobrevivi por anos sem você — disse ela. — Fiquei sozinha quase todas as noites e ainda estou aqui. Portanto, não me diga o que posso ou não posso fazer. — Ela empurrou as luvas contra o meu peito, murmurou: — De nada — e então tentou sair correndo, mas meu braço imediatamente se estendeu para a estrutura para bloquear seu caminho.
Eu tinha feito isso de novo, transformando-a no escape de minha frustração quando ela estava longe de ser merecida. Ela havia arriscado sua vida apenas para tornar a minha mais confortável. Foi estúpido, eu preferia passar um frio terrível a deixá-la morrer por isso, mas não podia negar que foi generoso. Quer eu tenha pedido ou não, eu lhe devia gratidão.
— Por favor, nunca mais me assuste dessa forma — eu disse a ela suavemente, e fiquei tranquila quando ela pareceu entender por que eu estava brava, e isso fez com que sua raiva diminuísse visivelmente. — Isso não vale sua vida. — Para demonstrar minha gratidão, só dessa vez, inclinei-me para frente e dei um beijo carinhoso em sua bochecha ainda ferida. — Obrigada pelas luvas.
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Caronte Atraca À Luz Do Dia
General FictionHISTÓRIA PARA PESSOAS COM 18 ANOS OU MAIS! Sinopse Seis anos se passaram desde que uma infecção transformou a maioria da população em criaturas ferozes e semelhantes a zumbis que caçam durante o dia, forçando os vivos a um estado noturno de existênc...